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Radiologia Médica Odontológica e Veterinária

O papel da física médica no diagnóstico por imagem: avanços e desafios

Por tiago em 11/10/2024 às 10:21

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A Física Médica desempenha um papel central no desenvolvimento, aprimoramento e aplicação de tecnologias de diagnóstico por imagem, como radiografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM), ultrassom e medicina nuclear (PET e SPECT). Esses métodos dependem dos princípios físicos para gerar imagens detalhadas do interior do corpo humano, permitindo diagnósticos mais precisos e tratamentos direcionados.

Avanços Tecnológicos

Nos últimos anos, os avanços em diagnóstico por imagem têm sido impulsionados por inovações na física aplicada. Alguns dos principais avanços incluem: 

  1. Tomografia Computadorizada de Baixa Dose: A melhoria dos algoritmos de reconstrução de imagem tem permitido que a TC produza imagens de alta resolução com doses de radiação significativamente menores, reduzindo o risco de exposição excessiva aos pacientes.
  2. Ressonância Magnética Funcional (fMRI): Além de fornecer imagens anatômicas, a RM funcional pode mapear atividades cerebrais, ajudando no estudo de doenças neurológicas e no planejamento de cirurgias complexas.
  3. Imagem Molecular: Tecnologias como o PET-CT e o PET-RM combinam as capacidades de imagem funcional e anatômica, permitindo a detecção precoce de doenças, como o câncer, antes que apareçam em exames convencionais.
  4. Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado de Máquina: A IA tem sido cada vez mais integrada ao processamento de imagens médicas, melhorando a qualidade das imagens e auxiliando os radiologistas a identificar padrões que podem ser difíceis de detectar a olho nu. 

Desafios:

Apesar dos avanços, a física médica ainda enfrenta vários desafios: 

  1. Equilíbrio entre Qualidade da Imagem e Dose de Radiação: Reduzir a dose de radiação sem comprometer a qualidade da imagem é um desafio constante. Novas técnicas de redução de ruído e aprimoramento da imagem estão sendo desenvolvidas, mas a otimização desse equilíbrio ainda exige mais pesquisa.
  2. Interpretação de Imagens e Falsos Positivos: A interpretação de imagens por IA e outras tecnologias avançadas ainda pode levar a erros, como falsos positivos ou negativos. A supervisão humana é crucial, mas a integração entre máquina e especialista é um campo que precisa evoluir.
  3. Acessibilidade e Custo: Muitas dessas novas tecnologias, como o PET-RM, são extremamente caras e não estão disponíveis em todos os centros médicos, especialmente em países em desenvolvimento. A física médica deve buscar soluções mais acessíveis sem sacrificar a qualidade.
  4. Educação e Capacitação: Com o aumento da complexidade dos sistemas de imagem, a formação de físicos médicos especializados e técnicos qualificados tornou-se ainda mais essencial. É preciso investir em educação continuada para que os profissionais estejam atualizados com as inovações.

A física médica continua sendo fundamental para o avanço do diagnóstico por imagem, proporcionando melhorias na precisão diagnóstica e na segurança do paciente. No entanto, os desafios relacionados à dose de radiação, interpretação de dados e acessibilidade exigem constante inovação e desenvolvimento. A colaboração entre físicos, médicos e engenheiros será essencial para enfrentar esses desafios e promover novas conquistas no campo.

Texto elaborado por Tiago Langone - Físico supervisor técnico NUCLEORAD

Referencias:

https://portal.if.usp.br/ifusp/pt-br/evento/intelig%C3%AAncia-artificial-em-f%C3%ADsica-m%C3%A9dica-f%C3%ADsica-para-todos

https://blog.nucleorad.com.br/noticia/inteligncia-artificial-na-fsica-medica/444