A tomografia computadorizada (TC) é uma das modalidades mais utilizadas no diagnóstico por imagem. Através da sua utilização, é possível realizar avaliações rápidas, detalhadas e não invasivas de diversas regiões do corpo humano. No entanto, mesmo com sua alta tecnologia, a TC está sujeita a artefatos, que são distorções indesejadas nas imagens geradas. Essas alterações podem prejudicar a qualidade do exame e até interferir no diagnóstico médico, caso não sejam identificadas e corrigidas adequadamente.
Neste cenário, cabe ao físico médico atuar na prevenção, detecção e correção desses artefatos, garantindo que o equipamento funcione dentro dos padrões estabelecidos e que as imagens produzidas sejam confiáveis, com segurança e qualidade para os pacientes.
O que são artefatos?
Artefatos são sinais incorretos ou distorções que aparecem nas imagens tomográficas e que não correspondem a estruturas reais do corpo humano. Podem ser causados por fatores como: características do paciente, limitações do equipamento, parâmetros de aquisição mal ajustados ou ainda por falhas técnicas.
Também, é importante ressaltar que os artefatos podem dificultar a visualização de estruturas anatômicas, simular patologias inexistentes ou até mesmo ocultar lesões importantes. Por isso, compreendê-los é importante para a equipe envolvida com exames de TC, sendo os principais:
Causado pela presença de objetos metálicos no corpo do paciente, como próteses ortopédicas, obturações dentárias ou piercings.
Ocorre quando o paciente se move durante a aquisição da imagem — o que pode acontecer em exames longos, em crianças ou em pacientes com dor ou confusão mental.
Comum em regiões com alta densidade, como a base do crânio, ocorre quando as energias mais baixas do feixe são absorvidas antes de chegar ao detector.
Nesse sentido, a física médica exerce um papel fundamental no enfrentamento dos artefatos em tomografia computadorizada. Além de realizar os testes regulares de controle de qualidade, o físico médico também atua na configuração de protocolos de aquisição, na capacitação da equipe técnica e na análise de imagens, visando garantir a qualidade e a segurança dos exames.
Entre suas principais responsabilidades estão os testes de controle de qualidade com o objetivo de avaliar parâmetros como a uniformidade da imagem e o nível de ruído. Essas verificações seguem as normas como a Instrução Normativa – IN nº 93, de 27 de maio de 2021, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que estabelece requisitos sanitários para assegurar a qualidade e a segurança dos sistemas de tomografia computadorizada médica.
Portanto, os artefatos em tomografia são obstáculos técnicos que podem ser enfrentados com conhecimento, prática e monitoramento. Com o apoio da física médica, é possível minimizar sua ocorrência e assegurar que cada imagem reflita, com fidelidade, a realidade anatômica do paciente. Assim, garante-se não apenas a eficácia diagnóstica, mas também a segurança radiológica, pilares fundamentais da boa prática em diagnóstico por imagem.
Texto elaborado por Rafael Borges de Carvalho – graduando em Física Médica pela UFCSPA – NUCLEORAD.
Referências: