NucleoBlog
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária

Controle de Qualidade em Ressonância Magnética: A importância dos testes semanais

Por Bruna em 03/07/2025 às 16:19

Compartilhe:  

A ressonância magnética (RM) é uma modalidade de imagem não invasiva que possui ampla aplicação no diagnóstico médico. Devido à complexidade técnica envolvida, é imprescindível que os aparelhos de RM operem dentro de padrões rigorosos de qualidade. O controle de qualidade (CQ) semanal é uma prática sistemática que visa monitorar, avaliar e corrigir possíveis falhas nos equipamentos, garantindo imagens de alta resolução e fidelidade. A falha na manutenção da qualidade pode comprometer o diagnóstico, acarretando riscos ao paciente e aumentando custos operacionais.

Estudos ressaltam a relevância do controle de qualidade em RM para a detecção precoce de falhas técnicas, bem como para a padronização dos exames realizados. Os parâmetros físicos dos equipamentos, como uniformidade do campo magnético, sinal-ruído e integridade dos gradientes, influenciam diretamente na qualidade das imagens produzidas. Normas técnicas internacionais, como as estabelecidas pela American College of Radiology (ACR), orientam a realização periódica de testes para garantir o desempenho adequado dos sistemas.

Testes de Controle de Qualidade:

  1. Teste de Homogeneidade do Campo Magnético

Avalia-se a uniformidade do campo magnético, fundamental para evitar distorções e artefatos na imagem. É realizado utilizando-se fantasmas específicos e analisando-se a variação do sinal em diferentes regiões.

  1. Teste de Relação Sinal-Ruído (SNR)

Mede-se a relação entre o sinal útil e o ruído, sendo essencial para a nitidez da imagem. Valores inadequados indicam necessidade de ajustes ou manutenção do equipamento.

Teste de Uniformidade de Intensidade

Este teste verifica se a intensidade do sinal permanece constante ao longo da imagem, prevenindo áreas hiperintensas ou hipointensas que possam prejudicar a interpretação.

  1. Teste de Geometria e Dimensionalidade

Confirma a fidelidade espacial da imagem, garantindo que as dimensões anatômicas estejam corretas e sem distorções geométricas.

  1. Testes de Gradiente e RF (Radiofrequência)

Esses testes avaliam o desempenho dos sistemas responsáveis pela codificação espacial e pela recepção do sinal, respectivamente, assegurando a qualidade da imagem e a eficiência do processo.

 

A implementação regular de um protocolo de controle de qualidade permite a identificação precoce de desvios e a correção imediata, evitando a degradação do desempenho do equipamento. Além disso, contribui para a padronização dos exames, facilitando a comparação entre imagens ao longo do tempo ou entre diferentes aparelhos. O investimento em CQ reflete diretamente na segurança do paciente e na confiabilidade do diagnóstico clínico.

O controle de qualidade em ressonância magnética é uma prática indispensável para garantir a excelência dos exames e a segurança do paciente. A realização periódica de testes técnicos assegura a manutenção do desempenho dos equipamentos, prevenindo falhas e otimizando os resultados diagnósticos. Portanto, clínicas e instituições de saúde devem adotar protocolos rigorosos de CQ, alinhados às normas técnicas, para garantir a qualidade e a confiabilidade dos serviços oferecidos.

 

Texto elaborado por Tiago Langone – Físico Médico NUCLEORAD

 

Referências:

  1. AMERICAN COLLEGE OF RADIOLOGY (ACR). MRI Quality Control Manual. ACR, 2015. Disponível em: https://www.acr.org/-/media/ACR/Files/QualitySafety/Resources/MRQualityControlManual.pdf. Acesso em: 24 jun. 2025.
  2. BRITO, J. A.; et al. Controle de qualidade em ressonância magnética: aspectos técnicos e protocolos. Revista Brasileira de Radiologia, v. 48, n. 3, p. 176-182, 2015.