O câncer de próstata resistente à castração (CPRC) é uma forma agressiva da doença que surge quando as células tumorais continuam a crescer mesmo após a supressão da produção de andrógenos. Essa condição representa um desafio terapêutico significativo, especialmente em estágios avançados. A medicina nuclear tem emergido como uma abordagem crucial para o manejo do CPRC, contribuindo tanto no diagnóstico quanto no tratamento.
A medicina nuclear utiliza radiofármacos para melhorar o estadiamento e o monitoramento do CPRC, permitindo uma caracterização mais precisa da doença.
a) PET/CT com PSMA
O Prostate-Specific Membrane Antigen (PSMA):
O PSMA é uma proteína altamente expressa nas células do câncer de próstata, especialmente em casos resistentes à castração. Radiofármacos como o 68Ga-PSMA ou 18F-PSMA são usados em exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT) para detectar metástases com alta precisão.
Benefícios:
b) Monitoramento da Resposta Terapêutica
Os exames de imagem com radiofármacos também permitem avaliar a eficiência das terapias, ajudando a ajustar o tratamento de acordo com a progressão ou regressão do tumor.
A medicina nuclear também oferece terapias personalizadas e direcionadas, conhecidas como teranósticas, que combinam diagnóstico e tratamento com base em alvos moleculares.
Terapia com Lutécio-177 PSMA (177Lu-PSMA)
Mecanismo de Ação: O 177Lu-PSMA é um radiofármaco que emite radiação beta, capaz de destruir células tumorais que expressam PSMA. Ele também permite monitoramento através de imagem.
Benefícios:
Terapia com Rádio-223 (223Ra)
Mecanismo de Ação: O rádio-223 é um radiofármaco que emite partículas alfa, direcionado para metástases ósseas. As partículas alfa têm curto alcance e alta energia, destruindo células tumorais no osso.
Benefícios:
As abordagens teranósticas combinam o uso de radiofármacos para diagnóstico e terapia em um único protocolo, o que oferece vantagens importantes:
Embora a medicina nuclear tenha revolucionado o tratamento do CPRC, alguns desafios permanecem:
A evolução da medicina nuclear traz esperanças para o tratamento do CPRC:
A Medicina Nuclear desempenha um papel essencial no manejo do câncer de próstata resistente à castração, oferecendo soluções inovadoras para diagnóstico e tratamento. Com avanços tecnológicos e maior disponibilidade, essas abordagens prometem transformar o prognóstico de pacientes com CPRC, proporcionando maior sobrevida e qualidade de vida.
Texto elaborado por Bruna Lovato – Física Médica NUCLEORAD
Referências:
[1] O cenário mundial de radiofármacos emissores de pósitrons para diagnóstico e estadiamento de câncer de próstata em medicina nuclear. Brazilian Journal of Radiation Sciences, Rio de Janeiro, Brazil, v. 8, n. 1, 2020. DOI: 10.15392/bjrs.v8i1.1115. Disponível em: https://www.bjrs.org.br/revista/index.php/REVISTA/article/view/1115. Acesso em: 26 dec. 2024.
[2] Helmich, L. P. H., M. A. M. de Arruda, and Marcelo Tatit Sapienza. "PSMA-directed radioligand therapy (PSMA-RLT) with Lutetium-177 (177Lu-PSMA) as a treatment to metastatic resistant prostate cancer: a systematic review." Revista De Medicina 100.4 (2021): 391-402.