O controle de qualidade em mamografia é essencial para garantir que os exames mamográficos sejam realizados com alta qualidade, precisão e segurança, tanto para o paciente quanto para os profissionais de saúde. A Física Médica desempenha um papel fundamental neste processo, assegurando que os equipamentos de mamografia operem de acordo com os padrões técnicos e de segurança estabelecidos, minimizando a dose de radiação enquanto maximiza a qualidade da imagem para um diagnóstico confiável.
A seguir, são detalhados os alguns dos principais aspectos do controle de qualidade em mamografia:
A dose de radiação administrada durante o exame mamográfico deve ser controlada para minimizar a exposição do paciente enquanto garante que a imagem seja suficientemente clara para o diagnóstico. A mamografia, sendo um exame de baixa dose, requer cuidados especiais na regulação da exposição à radiação.
Métodos de controle:
- Dose média glandular: é a principal medida utilizada para quantificar a dose de radiação em mamografia. A dose deve ser monitorada para garantir que não ultrapasse os limites de segurança, como os estabelecidos pela instrução normativa IN N° 92.
- Verificação da relação dose/qualidade de imagem: A dose de radiação e a qualidade da imagem devem ser balanceadas para garantir que a imagem seja adequada para diagnóstico sem expor o paciente a doses desnecessárias.
A qualidade da imagem é crucial para garantir que o diagnóstico seja preciso. A mamografia é um exame altamente técnico, e a qualidade das imagens depende de vários fatores, como a resolução, o contraste e a presença de artefatos.
Parâmetros de qualidade de imagem:
- Resolução espacial: A capacidade do sistema de distinguir pequenos detalhes, como microcalcificações e tumores, é fundamental para um diagnóstico precoce. A resolução espacial deve ser verificada para garantir que seja suficiente para visualizar essas pequenas estruturas.
- Contraste de imagem: A capacidade de diferenciar diferentes densidades de tecido, como tecido glandular e gordura, deve ser avaliada para garantir que as imagens permitam uma avaliação clara e precisa.
- Ruído de imagem: O ruído deve ser minimizado, pois pode comprometer a clareza das imagens. O controle da exposição e da filtragem do feixe de radiação pode ajudar a reduzir o ruído.
- Uniformidade da imagem: Verificação de que a distribuição do brilho na imagem seja homogênea, sem áreas excessivamente claras ou escuras.
A compressão da mama é um fator essencial na mamografia, pois ela ajuda a reduzir a dose de radiação necessária e melhora a qualidade da imagem. Uma compressão adequada também contribui para a clareza da imagem ao reduzir a espessura do tecido a ser radiografado.
Métodos de controle:
- Verificação da força de compressão: A força aplicada pela compressão deve ser monitorada e ajustada para garantir que não cause desconforto excessivo ao paciente e que a compressão seja eficiente para melhorar a qualidade da imagem.
- Uniformidade da compressão: A compressão deve ser uniforme em toda a mama para garantir imagens consistentes e de boa qualidade.
O alinhamento do feixe de radiação é crucial para garantir que a área de interesse (a mama) seja corretamente exposta ao feixe de raios X, sem áreas fora de foco ou sem radiação.
Métodos de controle:
- Verificação da colimação: A colimação do feixe deve ser verificada para garantir que a área irradiada seja a mínima necessária para a imagem desejada, minimizando a exposição a tecidos saudáveis ao redor da mama.
- Alinhamento do feixe com o detector: O feixe de radiação deve estar corretamente alinhado com o detector para garantir uma imagem nítida e bem definida.
Os artefatos podem comprometer a qualidade das imagens mamográficas e dificultar o diagnóstico. A presença de artefatos deve ser minimizada e verificada durante o controle de qualidade.
Métodos de controle:
- Artefatos de movimento: O movimento do paciente durante a aquisição da imagem pode causar borrões. Testes de qualidade devem verificar a ausência de artefatos causados por movimentos involuntários.
- Artefatos de equipamento: Como falhas no detector ou problemas no tubo de raios X podem causar artefatos. A inspeção regular de todos os componentes do equipamento é fundamental.
O controle de qualidade em mamografia é crucial para garantir a segurança, precisão e eficácia do exame. A Física Médica desempenha um papel fundamental ao realizar o monitorando a dose de radiação, a qualidade da imagem e garantindo que os procedimentos sejam realizados com o mínimo de risco para os pacientes.
Texto elaborado por Tiago Langone – Físico Médico NUCLEORAD
Referências:
[1] Resolução da Diretoria Colegiada nº 611 – RDC 611;
[2] Instrução Normativa IN N° 92 – Mamografia