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O que pode ser feito para reduzir a exposição dos pacientes durante a fluoroscopia?

Por NUCLEORAD em 20/10/2020 às 12:25

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Nos procedimentos de radiologia intervencionista as doses ocupacionais e tempos de exposição geralmente são maiores nestes casos, mas existem cuidados que podem evitar níveis elevados de dose. No webinar da Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) foram abordados esses cuidados:

 

O que pode ser feito para reduzir a exposição dos pacientes durante a fluoroscopia?

Embora existam vários fatores sob o controle do médico que afetam a exposição, um dos mais significativos é o tempo em que o raio X é ativado.

O recomendado é usar os tempos fluoroscópicos mais curtos que sejam consistentes com os requisitos clínicos do procedimento. Isso pode ser auxiliado com o registro do tempo de exposição para cada procedimento. O uso da fluoroscopia pulsada com a taxa de pulsação definida o mais baixa possível para o tipo específico de procedimento clínico proporciona uma redução significativa na dose absorvida, embora nem todos os equipamentos possam seguir isso e é desejável ter conhecimento do equipamento. Se o equipamento tiver mais de um modo de operação, o modo de alta taxa de dose deve ser usado com cuidado, apenas durante o tempo em que uma imagem de baixo ruído for necessária.

 

Pode-se estimar a exposição de um paciente para um procedimento de fluoroscopia?

Pode ser complexo, especialmente se o raio X for movido durante o procedimento. No entanto, pode-se considerar um caso simples em que o raio X permaneceu no mesmo local por cinco minutos. A dose absorvida para a pele no feixe pode ser obtida multiplicando a taxa de dose (mGy/min) pelo tempo de exposição. Neste exemplo, usaremos uma taxa de dose de 30 mGy/min. Isso está dentro da faixa das taxas normais de dose fluoroscópica, mas está sujeito a uma variação considerável com fatores como tamanho do paciente, kV e modo de ampliação usado.

A estimativa para este caso será uma dose absorvida na pele de 30x5 = 150 mGy.

 

A exposição a um paciente pode ser reduzida por outros fatores que não o tempo?

Sim, existem vários parâmetros que afetam a taxa de exposição (mGy/min). A taxa básica de exposição é definida pelos diferentes fatores, conforme discutido em uma pergunta relacionada ao movimento do feixe de raios X para diferentes áreas do corpo do paciente. Alguns equipamentos fluoroscópicos são projetados para operação em modo pulsado. Com o modo pulsado, ele pode ser configurado para produzir menos que as 25 ou 30 imagens convencionais por segundo. É provável que isso reduza a taxa de exposição na maioria dos equipamentos. Mas o gerenciamento da dose do paciente é uma questão complexa e os profissionais devem conhecer as capacidades operacionais de seus sistemas de raios-X.

A redução de séries desnecessárias de cine ou número de quadros por série, o uso adequado de colimação, a influência das angulações do braço C e a posição da mesa e do detector de imagem (geometria), para evitar o uso de “alta qualidade” dos modos de cine, etc, podem ter uma influência substancial nas doses dos pacientes (e da equipe).

A colimação do feixe de raios-X no menor tamanho prático e a menor distância possível entre o paciente e o receptor de imagem contribuem para o bom gerenciamento da exposição.

 

Texto elaborado por Eduardo Felipe Silveira Pereira