Telemedicina e Radiologia: Como Garantir a Radioproteção à Distância?
A radiologia moderna evolui rapidamente com o avanço das tecnologias digitais. A telemedicina, que antes parecia algo futurista, agora é uma realidade consolidada em clínicas, hospitais e centros diagnósticos. Mas com essa mudança vem uma pergunta crucial:
Como garantir a radioproteção quando parte da operação é feita remotamente?
Com base em estudos sobre telemedicina de (Mettler, 2006) e (Simmons et al., 2009), eles analisam como alinhar eficiência diagnóstica e segurança radiológica no contexto da radiologia remota.
O que a Telemedicina muda na Radiologia?
A telemedicina permite que exames sejam realizados em um local e interpretados por especialistas em outro. Essa prática é útil especialmente em:
Contudo, os exames continuam a expor pacientes à radiação ionizante, e as decisões sobre protocolos de imagem nem sempre contam com supervisão direta do radiologista. Isso torna a padronização e o rastreamento da dose ainda mais importantes.
Por que a Radioproteção precisa de novas estratégias?
Fred Mettler (2006), enfatiza que o uso crescente de exames como tomografia computadorizada elevou significativamente a dose populacional de radiação. Muitos pacientes são submetidos a múltiplos exames ao longo da vida, sem qualquer controle sobre a carga cumulativa de exposição.
No contexto da telemedicina, o rastreamento individual de dose (dose tracking) torna-se essencial para:
Estratégias para Radioproteção em Ambientes de Telemedicina
Os equipamentos devem operar com protocolos técnicos definidos e validados, garantindo qualidade da imagem com a menor dose possível (princípio ALARA).
Devem ser implementados softwares que registrem automaticamente a dose por exame, como: DLP, CTDIvol ou tempo de fluoroscopia. Isso permite:
No modelo remoto, os profissionais que estão fisicamente com o paciente (como técnicos em radiologia) precisam ser bem treinados em:
Como discutido por Simmons et al. (2009), a confiabilidade da transmissão de dados médicos, imagens e laudos é fundamental. Além disso, é preciso:
A integração entre telemedicina e radioproteção não é apenas uma tendência, é uma necessidade ética e clínica. Para garantir segurança em ambientes onde o radiologista não está presente fisicamente, é essencial:
Texto elaborado por Samara Pinto - Física Médica NUCLEORAD
Referências
SIMMONS, Scott C.; HAMILTON, Douglas R.; McDONALD, P. Vernon. Telemedicine. In: SEGARS, W. Paul; TSUI, Benjamin M. W. (Eds.). Handbook of Anatomical Models for Radiation Dosimetry. New York: Springer, 2009. p. 135–148. DOI: 10.1007/978-0-387-68164-1_8
METTLER, Fred A. Patient exposure tracking. United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation (UNSCEAR), 2006. Disponível em: https://www.osti.gov/etdeweb/biblio/20892134. Acesso em: 11 ago. 2025.