Nos últimos anos, a telemedicina se tornou uma ferramenta cada vez mais relevante na prática clínica, especialmente em decorrência da pandemia de COVID-19. Essa inovação tecnológica transformou a maneira como os cuidados médicos são prestados, permitindo que pacientes e profissionais de saúde interajam à distância. Mas como a física médica se encaixa nesse novo paradigma? Neste texto, exploraremos a interseção entre telemedicina e física médica, destacando a importância dessa parceria para a segurança e eficácia dos atendimentos.
A telemedicina permite que os profissionais de saúde ofereçam consultas e monitoramento remoto, usando tecnologia de videoconferência, aplicativos de saúde e dispositivos de monitoração. Essa abordagem não apenas aumenta o acesso a cuidados médicos, mas também é crucial em situações em que o deslocamento é difícil ou arriscado.
Apesar das vantagens da telemedicina, a integração da física médica é essencial para assegurar que os serviços prestados sejam seguros e eficazes. Aqui estão algumas áreas em que a física médica desempenha um papel fundamental:
- Calibração de Equipamentos: Muitos exames realizados remotamente, exigem equipamentos que precisam ser calibrados e mantidos por físicos médicos. Isso garante que os resultados sejam precisos e confiáveis.
- Telemonitoramento de Pacientes: Dispositivos de saúde conectados que monitoram constantemente condições como ritmo cardíaco e níveis de glicose estão se tornando comuns. Físicos médicos podem ajudar na otimização desses dispositivos, garantindo que as informações sejam transmitidas de maneira precisa e em tempo real.
- Otimizando Técnicas de Imagem: Em caso de consulta à distância que exija análise de imagens médicas, como tomografias ou ressonâncias magnéticas, a física médica é fundamental para garantir a qualidade e a segurança dessas imagens, promovendo a adequação da dose de radiação e a proteção dos tecidos saudáveis.
Embora a telemedicina ofereça muitas vantagens, há desafios que precisam ser superados:
- Segurança e Privacidade: A transferência de dados médicos online deve seguir rigorosas diretrizes de segurança para proteger informações sensíveis. Físicos médicos podem colaborar com equipes de TI para garantir que os sistemas estejam adequadamente protegidos.
- Padronização de Protocolos: A falta de protocolos unificados pode criar inconsistências na qualidade do atendimento remoto. A física médica pode ajudar a desenvolver e implementar protocolos padrão para garantir que a telemedicina mantenha a mesma qualidade que os atendimentos presenciais.
A combinação da telemedicina com a física médica promete transformar o cenário do atendimento em saúde. À medida que a tecnologia avança, será possível integrar novas inovações, como inteligência artificial e análise, para ajudar na tomada de decisões clínicas. A colaboração entre médicos, físicos médicos e engenheiros será crucial para otimizar essas tecnologias e garantir o melhor cuidado aos pacientes.
Texto elaborado por Tiago Langone – Físico Médico NUCLEORAD
Referências:
[1] DE VIANNA TINÉ, João Pedro. Impacto da Tecnologia e Suas Transformações na Área da Saúde. Unirepositório, v. 2, n. 11, p. 1-15, 2024.
[2] DA CONCEIÇÃO NUNES, Heloá; et al. Desafios bioéticos do uso da inteligência artificial em hospitais. Revista Bioética, v. 30, n. 1, p. 82-93, 2022.
[3] DE OLIVEIRA, Alexsandro Narciso et al. O impacto da inteligência artificial na melhoria do diagnóstico e tratamento de doenças na área da saúde. Revista Tópicos, v. 2, n. 7, p. 1-12, 2024.