NucleoBlog
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Testes semanais de controle de qualidade em Ressonância Magnética: da qualidade do diagnóstico até as bases físicas

A ressonância magnética(RM) é um dos métodos mais avançados para obtenção de imagens médicas, com suas primeiras aplicações clínicas no ano de 1977. Sua operação depende de uma combinação de campos magnéticos e pulsos de radiofrequência para gerar imagens detalhadas dos tecidos moles do corpo humano, que têm uma boa proporção de moléculas de H2O, essenciais para o processo de imagem. A precisão e a confiabilidade do exame dependem de uma série de fatores técnicos e operacionais, e, para garantir que os resultados sejam sempre consistentes, é fundamental que o equipamento passe por testes regulares realizados pelos setores da Física Médica. As instruções normativas emitidas pela ANVISA no Brasil, como a Instrução Normativa (IN) 97 de 27 de maio de 2021, especificam uma série de exigências para o controle de qualidade em equipamentos de diagnóstico por imagem, incluindo a ressonância magnética [1]. Esses regulamentos são projetados para assegurar que o equipamento mantenha um desempenho adequado e que a segurança dos pacientes seja sempre uma prioridade.  Os testes semanais mencionados na IN 97 são importantes ara assegurar que o equipamento de ressonância magnética esteja operando dentro dos padrões necessários para garantir a qualidade das imagens e a segurança dos pacientes. Esses testes envolvem a coleta de diversos parâmetros utilizando o software integrado do equipamento, com o auxílio de um phantom. O phantom é um dispositivo que simula as propriedades dos tecidos humanos e permite que técnicos e físicos médicos avaliem como o equipamento responde ao realizar exames em condições controladas. Um dos parâmetros mais importantes é a verificação da uniformidade do campo magnético, que deve ser medida para garantir que o campo magnético esteja distribuído de forma homogênea ao longo do volume de imagem. Qualquer irregularidade pode resultar em distorções ou falhas nas imagens, comprometendo o diagnóstico.  Além da uniformidade do campo magnético, a relação sinal-ruído também é verificada semanalmente. Esse teste é essencial para garantir que as imagens tenham a nitidez necessária para diagnósticos precisos, sem interferências que possam comprometer a qualidade das informações captadas. O phantom, simulando a composição dos tecidos humanos, permite avaliar como o equipamento lida com as variações de densidade e propriedades dos tecidos. O software dedicado analisa esses dados em tempo real, fornecendo uma visão detalhada do desempenho do sistema. A coleta contínua desses parâmetros garante que ajustes preventivos possam ser feitos antes que qualquer falha afete a operação do equipamento, o que demonstra a importância da manutenção preventiva em sistemas de diagnóstico por imagem.  A presença do físico médico é indispensável para a realização desses testes semanais, como também exigido pela IN 97. O físico é responsável por interpretar os resultados dos testes e fazer os ajustes necessários para garantir que o equipamento opere dentro das normas estabelecidas. Ele também assegura que todos os sistemas de segurança, incluindo os alarmes e mecanismos de emergência, estejam em pleno funcionamento, especialmente em ambientes onde o campo magnético forte possa representar riscos. A atuação desse profissional é vital para garantir que os resultados obtidos sejam precisos e que os padrões exigidos pela regulamentação sejam cumpridos. A comparação dos dados coletados pelo phantom com padrões de referência permite ajustes que garantem a eficiência do equipamento e, consequentemente, a eficácia dos exames realizados.  A qualidade da imagem gerada por uma ressonância magnética é de suma importância para a obtenção de um diagnóstico preciso. O ruído pode interferir significativamente na capacidade de visualizar pequenas estruturas ou detalhes sutis que podem ser decisivos para o médico. Um controle rigoroso sobre a qualidade da imagem é, portanto, parte integral das boas práticas em radiologia e ressonância [2]. Isso também inclui a calibração constante dos sistemas e a verificação de que os gradientes de campo magnético estão adequados para cada tipo de exame realizado. A RM, por operar com campos magnéticos poderosos, exige um ambiente seguro, tanto para os pacientes quanto para os operadores. Por isso, os testes semanais também envolvem a verificação dos sistemas de emergência e segurança, como alarmes e controle de acesso à sala de exame, para garantir que todos os procedimentos sejam realizados com a máxima segurança.  Entender a física por trás da ressonância magnética é outro ponto crucial para compreender a necessidade desses cuidados contínuos com o equipamento. A RM funciona pela excitação dos núcleos de hidrogênio presentes no corpo humano por meio de um campo magnético e radiofrequência. Quando esse campo é interrompido, os núcleos emitem sinais que são captados e transformados em imagens. Qualquer variação nos parâmetros físicos que regem esse processo – como a intensidade do campo magnético, a frequência de ressonância ou o tempo de relaxamento dos tecidos – pode alterar a qualidade das imagens e prejudicar a precisão dos diagnósticos [3]. Além disso, como o corpo humano é composto por diferentes tipos de tecidos, cada um com características únicas de relaxamento, a RM consegue diferenciar com clareza entre eles, algo que a torna uma ferramenta indispensável para a medicina moderna.  Seguindo as instruções normativas e mantendo a qualidade das imagens, não apenas asseguramos diagnósticos mais precisos, mas também proporcionamos um ambiente seguro para os pacientes. Cada passo, desde a calibração semanal até o monitoramento de artefatos, faz parte de um sistema robusto que garante a eficácia da ressonância magnética como método de diagnóstico. Dessa forma, o cumprimento dessas normas não é apenas uma exigência regulatória, mas uma prática indispensável para o sucesso no atendimento e para a manutenção da confiança na tecnologia utilizada.    - Texto elaborado pelo estagiário Eduardo Berna – graduando em física médica pela UFCSPA – NUCLEORAD    Referências:  [1] ANVISA, IN Nº 97, de 27 de maio de 2021.  [2] Kuhls-Gilcrist, A., et al. "Quality Control in MRI: Essential Practices and Guidelines." Radiology Today, 2020.  [3] Hornak, J. P. "The Basics of MRI Physics." Rochester Institute of Technology, 2019.  

Por tiago em 02/10/2024 às 16:26
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Quais os testes semanais da tomografia computadorizada e por que fazê-los?

A Instrução Normativa número 93 [1], de maio de 2021, regulamenta o uso do equipamento de tomografia computadorizada no Brasil. Este documento apresenta os testes de controle de qualidade que devem ser realizados no tomógrafo e a periodicidade deles. A maioria dos testes possui uma periodicidade anual. No entanto, existem três testes específicos que devem ser realizados semanalmente: a exatidão do número de CT, a uniformidade do número de CT e o ruído. Estes são testes semanais porque, além de serem simples de executar, são também avaliações que permitem identificar algum problema maior no equipamento a partir da avaliação da imagem. Ou seja, são ferramentas importantes de qualidade de imagem que possibilitam prever o comportamento do tomógrafo. Tanto a exatidão do número de CT, quanto a uniformidade da imagem e o ruído são realizados por meio da análise da imagem gerada de um phantom que a própria fabricante do equipamento de tomografia fornece. Para entendermos bem o que significa cada um dos testes, precisamos introduzir brevemente o conceito de número de CT. Número de CT ou unidades Hounsfield (HU, do inglês Hounsfield Unit) representa uma tradução em escalas de cinza da atenuação tecidual ocorrida a partir da interação do feixe com o tecido. Para isto, a água é utilizada como referência. Ou seja, é uma escala que compara as atenuações dos diferentes tecidos com a atenuação oferecida pela água (equação 1).                (equação 1) Onde μágua  é o coeficiente de atenuação da água e μmaterial  é o coeficiente de atenuação do material. Desta forma, é possível estabelecer o valor da grandeza número de CT levando em consideração os coeficientes de atenuação dos distintos tecidos e da própria água [2]. Uma vez determinado o valor teórico desta grandeza, a comparação com o valor medido permite estabelecer a relação de exatidão: quantos porcentos o valor medido varia em relação ao valor nominal? Diversos materiais podem ser utilizados para avaliar a exatidão do número de CT (e de fato são utilizados nos testes anuais), porém semanalmente a avaliação é feita apenas com dois materiais, que são a água e o ar. A água possui um valor teórico de número de CT igual a 0, pois é o material de referência. O ar, contudo, possui um valor teórico de número de CT igual a -1000, pois é um material menos denso que a água (e que, portanto, atenua bem menos a radiação ionizante). Isso quer dizer que se fizéssemos um teste com algum material mais denso que a água, teríamos um resultado positivo (como seria o caso de um osso, por exemplo, que deve ter um número de CT superior a +100). A IN 93 [1] estabelece os níveis de tolerância de exatidão do número de CT para a água e para o ar. A água pode ter um desvio de ± 5 unidades, enquanto o ar deve variar em ± 10 unidades. Isto é, o tomógrafo estará em conformidade se os resultados da água estiverem dentro do intervalo -5 a 5 e do ar, de -990 a -1010. Os outros testes realizados semanalmente são a uniformidade do número de CT e o ruído. A uniformidade representa a variação que o número de CT medido possui dentro de uma mesma imagem. A figura 1 mostra os locais de medição do número de CT dentro de uma imagem para a avaliação da uniformidade do número de CT e do ruído.   Figura 1: as 5 regiões de interesse (ROIs) demarcadas no centro e nas regiões correspondentes às 12h, 15h, 18h e 21h para a avaliação da uniformidade do número de CT e de ruído.   A IN 93 determina que, para estar em conformidade, a uniformidade não deve apresentar um desvio superior a 5 HU e o ruído não deve estar acima de 15% do valor de referência, que é estabelecido pela própria fabricante do equipamento e do phantom.         Os testes semanais são executados e avaliados pelo físico médico. Porém, também é possível que a equipe de física médica treine a equipe técnica para que execute os testes semanais na tomografia e colete os dados, que serão posteriormente analisados pelos físicos médicos. Aqui na nucleorad, por exemplo, temos clientes que foram treinados por nós e que nos enviam semanalmente os dados obtidos, para que avaliemos e registremos em nosso sistema de gestão, o nucleohelp. Assim, sempre que o cliente precisar, no caso de uma inspeção da Vigilância Sanitária, estes documentos estarão disponíveis para ele.    Texto elaborado por físico Bruno Fabricio de Oliveira Lisboa - NUCLEORAD   Referencias: [1] MINISTÉRIO DA SAÚDE/AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA/DIRETORIA COLEGIADA. Instrução Normativa N° 93, de 27 de Maio De 2021. Disponível em: https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/202107/08070428-in932021tomografiacomputadorizada.pdf. Acesso em: 10 set. 2024. [2] INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Número de CT. Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/med/imagens/node4.htm. Acesso em: 10 set. 2024.    

Por tiago em 18/09/2024 às 13:01
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Entendendo as diferenças entre Radiografia Digital e Convencional

Na área da radiologia, a tecnologia avançou consideravelmente. A transição da radiografia convencional para a radiografia digital é uma das áreas em que isso é mais evidente. Embora ambas sejam usadas para capturar imagens internas do corpo humano, existem diferenças significativas entre elas que impactam diretamente a prática clínica e os resultados dos exames. A radiografia convencional, também conhecida como radiografia analógica, é o método tradicional que utiliza filmes radiográficos para capturar imagens. Nesse processo, o paciente é exposto à radiação, e a imagem é registrada em um filme radiográfico, que então é revelado e interpretado pelo radiologista. Embora tenha sido o padrão ouro por décadas, a radiografia convencional tem algumas limitações, como a necessidade de processamento manual dos filmes e a possibilidade de perda de qualidade de imagem devido a erros técnicos [1] [2].  Por outro lado, a radiografia digital utiliza detectores eletrônicos para capturar imagens, eliminando a necessidade de filmes radiográficos. Os raios X passam através do paciente e são convertidos em sinais elétricos pelos detectores, que são então processados por um computador e exibidos em um monitor como uma imagem digital. Esse processo permite uma visualização mais rápida das imagens, elimina a necessidade de manipulação manual de filmes e oferece a possibilidade de ajustes pós-processamento para melhorar a qualidade da imagem [1] [2].  Então, por que essa diferença importa? Primeiramente, a radiografia digital oferece uma série de benefícios, incluindo uma menor exposição à radiação para os pacientes, imagens de alta qualidade e facilidade de armazenamento e compartilhamento de dados. Além disso, a capacidade de ajustar a exposição e o contraste após a captura da imagem pode levar a diagnósticos mais precisos e eficientes. Por outro lado, a radiografia convencional ainda é amplamente utilizada em muitas configurações devido à sua simplicidade e custo relativamente baixo. Portanto, embora a radiografia digital e a radiografia convencional tenham suas próprias vantagens e desvantagens, a transição para a radiografia digital está se tornando cada vez mais comum devido aos seus benefícios significativos em termos de qualidade de imagem, eficiência e segurança para os pacientes. Entender as diferenças entre esses dois métodos é importante tanto para profissionais de saúde como para os pacientes, pois isso pode afetar diretamente a precisão do diagnóstico e o cuidado prestado.    Texto elaborado pelo estagiário Rafael Borges de Carvalho – graduando em física médica pela UFCSPA – NUCLEORAD.    Referências Bibliográficas:  ALBUQUERQUE, S. de; SANTOS, A. M. S. dos; CAMELO, C. M. A.; SILVA, G. G. da; MAGALHÃES, T. M. S.; ARAÚJO, V. G. P. de.; ANDRADE, M. E. A. A.; Estudo comparativo entre sistemas radiográficos convencionais e digitais: revisão de literatura. Ciências biológicas e da saúde. Recife. v. 2. n. 3. p. 99-110. Jul 2016. Disponível em: <file:///C:/Users/Usuario/Downloads/amchagas,+08.pdf> Acesso em: 9 maio. 2024.  SANTOS, S. S. dos; BARROS, K. O. de O.; SANTOS, T. C. V. dos. Progresso da radiologia: mudanças tecnológicas dos equipamentos de raios Gep News, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 220–227, 2021. Disponível em:<https://www.seer.ufal.br/index.php/gepnews/article/view/12295>. Acesso em: 9 maio. 2024.

Por tiago em 13/09/2024 às 15:31
Gestão em Saúde
A Importância da Educação Contínua de Profissionais da Saúde sobre Práticas de Proteção Radiológica

A educação contínua para profissionais da saúde sobre práticas de proteção radiológica é crucial para garantir a segurança de pacientes e profissionais em ambientes onde a radiação ionizante é utilizada. Aqui estão algumas razões que destacam a importância dessa educação contínua: Redução de Riscos:     - Minimização de Exposição: A formação contínua ensina técnicas atualizadas para reduzir a exposição à radiação, tanto para os pacientes quanto para os profissionais.     - Prevenção de Erros: Com treinamento regular, os profissionais podem evitar erros comuns que podem levar a exposições desnecessárias.   Conformidade com Normas e Regulamentações:     - Atualização de Conhecimentos: As regulamentações e diretrizes de proteção radiológica estão em constante evolução. A educação contínua assegura que os profissionais estejam cientes das últimas normas e práticas recomendadas.     - A RDC 611 determina a capacitações e treinamentos inicial e periódicos, com frequência mínima anual, e que a capacitações e treinamentos teóricos e práticos, baseados em abordagem de riscos, sempre que novos processos, técnicas ou tecnologias forem implementados, ou antes de novas pessoas integrarem os processos.   Proteção do Paciente:     - Justificação e Otimização: A educação contínua enfatiza a necessidade de justificar cada exposição e otimizar as doses de radiação, protegendo os pacientes de doses excessivas e desnecessárias.     - Melhor Comunicação: Profissionais bem treinados podem informar melhor os pacientes sobre os procedimentos, riscos e benefícios, aumentando a confiança e a cooperação dos pacientes.   Segurança do Profissional:     - Uso Correto de Equipamentos de Proteção: O treinamento contínuo assegura que os para profissionais saibam como usar corretamente os equipamentos de proteção individual (EPIs) e as técnicas de blindagem.     - Monitoração de Dose: Ensina a importância da monitoração regular da dose de radiação recebida e como interpretar os resultados para ajustar as práticas de trabalho.   Qualidade do Atendimento:     - Melhoria dos Procedimentos: A formação contínua ajuda a melhorar a qualidade dos procedimentos radiológicos, resultando em diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.     - Redução de Retrabalhos: Com práticas de proteção radiológica adequadas, diminui-se a necessidade de repetir exames devido a erros, economizando tempo e recursos. Cultura de Segurança:     - Criação de Consciência: A educação contínua promove uma cultura de segurança no ambiente de trabalho, onde todos os profissionais entendem a importância da proteção radiológica e trabalham juntos para mantê-la.     - Motivação e Engajamento: Investir em treinamento contínuo motiva os profissionais, mostrando que a instituição valoriza sua segurança e desenvolvimento profissional. Promover e investir na educação contínua para profissionais da saúde em práticas de proteção radiológica não só melhora a segurança e a qualidade do atendimento, mas também reforça uma cultura de responsabilidade e cuidado no ambiente de saúde.   Texto elaborado por Tiago Langone - físico supervisor técnico NUCLEORAD

Por Adriano Goulart em 06/09/2024 às 17:43
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Precauções necessárias em setores da Ressonância Magnética

Os ambientes que abrigam equipamentos de ressonância magnética (RM) exigem cuidados rigorosos devido aos fortes campos magnéticos gerados pelos aparelhos. Esses campos podem representar riscos significativos tanto para a segurança das pessoas quanto para o funcionamento adequado dos equipamentos. Aqui estão alguns cuidados essenciais: Restrição de Acesso  -  Zona de Segurança: Os ambientes de RM são divididos em zonas (geralmente de 1 a 4), com a Zona 4 sendo a sala onde o magneto está localizado. O acesso a essa área deve ser restrita a pessoas autorizadas e treinadas.  - Sinalização Adequada: Deve haver sinalização clara para alertar sobre os perigos dos campos magnéticos e informar sobre as restrições de acesso.   Controle de Materiais Metálicos  -  Proibição de Metais: Objetos metálicos, como chaves, cartões de crédito, ferramentas, e até dispositivos médicos (como marca-passos), podem ser atraídos pelo campo magnético, causando acidentes graves. É fundamental garantir que nenhum item metálico entre na sala de RM.   -Triagem Rigorosa: Pacientes e funcionários devem ser triados para verificar a presença de implantes metálicos ou dispositivos médicos que possam ser afetados pelo campo magnético.   Segurança para Pacientes  -  Avaliação Prévia: Antes do exame, é necessário avaliar o histórico médico do paciente para identificar possíveis contraindicações, como a presença de fragmentos metálicos ou implantes que possam ser afetados pela RM.  - Instruções Claras: Os pacientes devem ser claramente instruídos a remover todos os objetos metálicos e a seguir as orientações de segurança durante o exame.   Proteção de Equipamentos  - Manutenção Regular: Os aparelhos de RM requerem manutenção regular para garantir o funcionamento seguro e eficiente. Isso inclui verificar o sistema de resfriamento e garantir que os campos magnéticos estão dentro dos limites seguros.  - Área de Controle Eletromagnético: Evitar a proximidade de equipamentos eletrônicos sensíveis ao campo magnético que possam ser danificados ou interferir com a operação da RM.   Treinamento de Funcionários - Capacitação: Todos os profissionais que trabalham com RM devem ser treinados sobre os riscos associados e as práticas de segurança. Isso inclui saber como proceder em emergências.  -  Procedimentos de Emergência: Deve haver procedimentos claros para lidar com emergências, incluindo a remoção rápida de um paciente da sala de RM, se necessário.   Gestão de Emergências - Planejamento de Resposta: Ter um plano de emergência específico para eventos como incêndios ou necessidade de evacuação rápida, considerando as particularidades de um ambiente com RM.   Ventilação e Climatização  -  Adequadas Ambiente Controlado: A sala de RM deve ter controle adequado de temperatura e umidade para garantir o funcionamento correto dos equipamentos e o conforto dos pacientes.   Esses cuidados são essenciais para prevenir acidentes e garantir a segurança de todos em ambientes onde se utilizam equipamentos de ressonância magnética.   Texto elaborado por Tiago Langone - físico supervisor técnico NUCLEORAD Referencia: https://cbr.org.br | Segurança na realização de exames de ressonância magnética  

Por tiago em 06/09/2024 às 17:42
Indústria, Medicina Nuclear e Transportes
Níveis de Referência Diagnósticos (DRLs) em Medicina Nuclear

Os Níveis de Referência Diagnósticos (DRLs, do inglês Diagnostic Reference Levels) são uma ferramenta importante para otimizar a proteção radiológica em procedimentos de Medicina Nuclear. Esses níveis representam valores de referência para atividades administradas de radiofármacos, baseados em medições típicas em exames do setor, e são usadas para garantir que as doses administradas aos pacientes sejam mantidas dentro de limites aceitáveis, sem comprometer a qualidade da imagem diagnóstica.   Seus principais objetivos são:   ⁃ Otimização da Proteção Radiológica: Reduzir a exposição dos pacientes à radiação ao mínimo necessário para obter imagens diagnósticas de qualidade adequada;   ⁃ Estabelecimento de Padrões: Fornecer uma base para comparar a prática local com padrões nacionais ou internacionais, ajudando a identificar áreas onde as doses podem ser reduzidas;   ⁃ Monitoramento e Controle: Facilitar a identificação de exames ou práticas que resultam em doses significativamente mais altas do que a média, promovendo a investigação e a correção dessas práticas.   Na Medicina Nuclear, os DRLs são aplicados principalmente na administração de radiofármacos para diagnósticos, como o uso de Tc-99m para cintilografia óssea, Tc-99m sestamibi em perfusão miocárdica, Tc-99m marcado com DTA para cintilografia renal dinâmica e, também, Fluorodesoxiglicose (FDG) em exames de PET-CT. Os DRLs são determinados com base em estudos de grandes amostras populacionais e são revisados periodicamente.   Sua implementação envolve critérios como:   ⁃ Coleta de Dados: Monitoramento contínuo das doses administradas aos pacientes.   ⁃ Comparação com DRLs: Comparação dos dados coletados com os níveis de referência estabelecidos.   ⁃ Ajustes de Prática: Ajustes nas práticas de administração de doses quando necessário, para garantir conformidade com os DRLs.   ⁃ Educação e Treinamento: Formação contínua dos profissionais de saúde sobre a importância dos DRLs e a otimização das doses de radiação.   Através da aplicação prática das DRLs teremos uma redução significativa do risco de efeitos adversos da radiação, mantendo a eficácia diagnóstica, a garantia de que a qualidade da imagem é suficientemente adequada para o diagnóstico sem exposições desnecessárias e a disseminação de práticas padronizadas em diversas instituições de saúde, facilitando comparações e melhorias contínuas.   Texto Elaborado pela Bruna Vitola Lovato - Física NUCLEORAD Especialista em Radiodiagnóstico – UCS     Referências: Seraphim D.M., Fischer A.C.F da S. Definição de Níveis de Referência em Diagnóstico do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Brazil Journal of Radiation. São Paulo, p 1-13, 2020. ISSN: 2319-0612. https://www.iaea.org/resources/rpop/health-professionals/nuclear-medicine/diagnostic-nuclear-medicine/diagnostic-reference-levels-in-medical-imaging

Por tiago em 04/09/2024 às 13:33