NucleoBlog
Indústria, Medicina Nuclear e Transportes
Inteligência Artificial no Diagnóstico por Imagem de Disfunções Cancerígenas: O Câncer de Tireoide

Câncer é o nome dado à disfunção biológica do organismo quando há uma replicação desordenada das células, que invadem tecidos e órgãos. Há diversas causas externas, como a exposição à radiação solar, alimentos ou agrotóxicos, e internas, como alterações hormonais, condições imunológicas e mutações genéticas. Esses fatores acabam alterando a estrutura do DNA da célula, eventualmente produzindo células cancerosas. Estas se dividem mais rapidamente do que as normais e geralmente são desorganizadas. Com o tempo, tendem a se empilhar umas sobre as outras, formando uma massa de tecido chamada tumor maligno. Todo esse processo, em que um aglomerado de células replicadas se torna um tumor maligno, que, de um modo geral, é um processo lento, pode levar anos até o agravamento da situação. Por isso, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as chances de cura e melhor a qualidade de vida do paciente, além de mais favorável a relação efetividade/custo do tratamento. Estima-se que existam mais de 100 tipos de câncer que variam de acordo com o órgão e o tecido. O câncer de tireoide é o mais comum na região entre a cabeça e o tórax. O Instituto Nacional de Câncer documentou 13780 novos casos em 2020, sendo 1830 em homens e 11950 em mulheres. Assim, como para qualquer tipo de câncer, o seu diagnóstico precoce é fundamental. O objetivo é a detecção de lesões pré-cancerígenas ou do câncer quando ainda localizado no órgão de origem, sem invasão de tecidos vizinhos ou outras estruturas. A detecção de nódulos de tireoide pode ser feita com investigações clínicas, laboratoriais ou ultrassonografia (US).  Cabe salientar que a presença de nódulos na tireoide não significa necessariamente a existência de um câncer. Por isso, após a sua detecção, é avaliada a necessidade da punção aspirativa para o diagnóstico da malignidade do tumor. A punção aspirativa é um método invasivo para a retirada de material citológico local da tireoide com uma agulha fina. Com o material extraído, é feito uma análise clínica para a classificação do nódulo: benigno ou maligno. Embora, na maioria dos casos, a punção aspirativa apresente efeitos adversos de baixo risco, envolvendo dor, desconforto e hematomas, outras complicações mais graves podem acontecer. Existem relatos como hemorragia, hematomas, edema, infecção, paralisia do nervo laríngeo, reação vasovagal, perfuração traqueal, disfagia, disseminação tumoral e alterações do volume do nódulo. Além disso, também é desejável que se saiba da malignidade, ou não, do nódulo assim que é descoberto, evitando estresses por parte dos pacientes até que se realize a punção aspirativa e se confirme a procedência do nódulo.   Os aspectos mencionados anteriormente deixam evidente a importância do desenvolvimento de métodos diagnósticos não-invasivos. Por isso, é crescente o número de pesquisas que estão sendo desenvolvidas utilizando diversos tipos imagens clínicas, combinadas a métodos para essa finalidade.    Neste contexto, os métodos de aprendizado de máquina (em inglês, machine learning) vem sendo cada vez mais utilizados para promover a análise das imagens médicas. Estas técnicas se baseiam na construção de algoritmos para predição e tomada de decisões, a partir de um volume massivo de dados. Isto é, a máquina percebe padrões contidos em tais dados, generalizando um modelo de forma que consiga predizer determinada característica de outro conjunto de dados com os mesmos atributos. A utilização de técnicas de machine learning vem sendo explorada, portanto, como ferramenta auxiliar ao diagnóstico clínico. No caso do diagnóstico por imagem de nódulos de tireoide, a utilização dessa técnica pode ser uma ferramenta de apoio para os profissionais da área da saúde. Diversos trabalhos relatam pesquisas utilizando imagens de ultrassonografia (US) de tireoide para a detecção e classificação de nódulos. Os resultados promissores obtidos pelas pesquisas mais recentes nessa área reforçam sua importância e eficácia. Dentre os trabalhos na área, destacam-se aqueles que utilizam redes neurais convolucionais pré-treinadas para a construção do modelo de classificação. Por exemplo, o trabalho de Chi et al. (2017) utilizou o modelo pré-treinado GoogLeNet para extrair características das imagens de US de tireoide com nódulos detectados a partir de um banco de dados de domínio público, bem como a partir de imagens oriundas de um hospital local. As características das imagens extraídas pela GoogLeNet foram avaliadas em um classificador Cost-sensitive Random Forest, que, segundo os autores, foi capaz de classificar os tumores como malignos ou benignos com até 98.29% de precisão, 99.10% de sensibilidade e 93.90% de especificidade, dependendo das imagens utilizadas. Já em Nguyen et al. (2019), foram avaliadas as redes convolucionais pré-treinadas Resnet-18, Resnet-34 e Resnet-50 para a extração de características de nódulos de tireoide em imagens de US de uma base de dados de domínio público. Os autores comparam o desempenho obtido com cada uma destas redes. O trabalho, também, avalia a extração de características das imagens no domínio da frequência utilizando transformada rápida de Fourier. Os resultados chegaram a 86%, 88% e 63% de precisão, sensibilidade e especificidade, respectivamente.   Liu et al. (2019) propõe um método em duas etapas: Na primeira é feita a localização do nódulo, usando como argumento de saída para o algoritmo de aprendizado características do nódulo como tamanho, formato, ecogenicidade e presença, ou não, de calcificações. Depois de localizado, o nódulo é classificado de acordo com sua malignidade, seguindo um padrão de classes similar ao utilizado por profissionais radiologistas. Utilizou, para isso, dois bancos de dados próprios, de um hospital local e outro de exames de rotina de um aparelho de ultrassonografia que o autor teve acesso às imagens. Para a detecção, foi utilizada a ResNet50, e para a classificação, uma versão refinada da rede convolucional pré-treinada ZFNet. O autor compara seus resultados com os resultados da literatura, bem como com o diagnóstico fornecido por radiologistas experientes. O método proposto atingiu acurácia de 97.5% para a detecção e 97.1% para a classificação, superior a acurácia obtida através do diagnóstico fornecido por radiologistas.      Texto retirado dos anais do Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica (2020), do artigo publicado de Bernardo Cecchetto e Viviane Rodrigues Botelho.  Elaborado por: Bernardo Cecchetto

Por NUCLEORAD em 07/01/2021 às 10:19
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Você sabe a importância do controle de qualidade em Ultrassom?

Os equipamentos de ultrassonografia são amplamente utilizados na área da saúde por realizarem exames não invasivos e sem efeitos ao paciente, por isso merecem uma atenção especial quanto a qualidade dos equipamentos. Um dos exames mais comuns realizados em ultrassonografia são exames abdominais, renais, exames pélvicos, ginecológicos e obstétricos. Outro exame muito importante realizado pelos equipamentos de ultrassonografia é o exame doppler, que mostra a circulação sanguínea de veias e artérias do corpo. Como parte do pré-natal em gestantes o exame morfológico é de suma importância para o acompanhamento do desenvolvimento do feto, sendo possível confirmar a idade gestacional, avaliar o crescimento do bebe medindo crânio, tórax e fêmur, monitorar os batimentos cardíacos e mostrar anormalidades e possíveis malformações. A Qualidade das imagens e acurácia das medidas realizadas nos exames está diretamente relacionada a precisão do diagnóstico correto tanto para fetos quanto para outros exames e condições morfológicas. A Instrução normativa - IN 58, dispõe sobre requisitos sanitários para a garantia da qualidade e da segurança de sistemas de ultrassom bem como a relação mínima de testes de aceitação e de controle de qualidade que devem ser realizados pelos serviços de saúde, determinando respectivas periodicidades, tolerâncias e níveis de restrição. O teste avalia tanto as condições físicas do equipamento, quanto qualidade das imagens, exatidão das medidas (verticais e horizontais) realizados pelo equipamento, precisão na velocidade do fluxo sanguíneo para os exames de doppler, diferença de densidades dos tecidos, entre outros testes importantes para a certificação básica de funcionamento do equipamento. Políticas de bom uso, limpeza e manutenção dos equipamentos de ultrassom não são suficientes para assegurar a qualidade das imagens geradas, que pode ser perdida com o tempo e uso incorreto. Texto elaborado por Julia Grasel.

Por NUCLEORAD em 05/01/2021 às 09:06
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Você sabe a importância do teste de qualidade de imagem na Mamografia?

O câncer de mama no Brasil representa a principal causa de morte por patologia maligna no sexo feminino. Sua incidência tem aumentado de forma significativa nos últimos anos. A mamografia é o método diagnóstico por imagem não invasivo mais importante utilizado na detecção precoce de alterações da mama. A alta qualidade da imagem e uma baixa irradiação dos tecidos exigem uma atenção constante e vigilante no controle da qualidade. A implementação de um programa de controle da qualidade assegura que serão monitorados todos os parâmetros fundamentais para que ocorra a obtenção de uma imagem própria para o diagnóstico.   O teste de qualidade de imagem em mamografia está previsto pelo Programa de Controle de Qualidade em Mamografia, e é um dos testes mais importantes para se garantir o funcionamento adequado do equipamento. Com ele é possível avaliar se os exames de mamografia resultam em imagens de boa qualidade, obtidas com o uso da menor dose de radiação possível. A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº54, dispõe sobre requisitos sanitários para a garantia da qualidade e da segurança de sistemas de mamografia bem como a relação mínima de testes de aceitação e de controle de qualidade que devem ser realizados pelos serviços de saúde, determinando respectivas periodicidades, tolerâncias e níveis de restrição. O teste de qualidade de imagem, deve ser avaliado com ferramenta de teste específica para mamografia e prevê os critérios mínimos de visualização de estruturas mamárias como as fibras, massas e microcalcificações. Esse teste tem a periodicidade mínima mensal.

Por NUCLEORAD em 15/12/2020 às 09:13
NUCLEORAD Conquista ISO 9001:2015

Porto Alegre, 27 de novembro de 2020.   Prezados Clientes, Colaboradores, Fornecedores e Órgãos Reguladores,   Temos a satisfação e muito orgulho de comunicar que a NUCLEORAD conquistou a Certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade conforme a Norma ISO 9001:2015 pelo Bureau Veritas Certification, em novembro de 2020.   Mesmo com a pandemia do Covid-19 neste ano de muitos desafios para todos nós, persistimos em nossos objetivos de conquistar esta certificação que busca a inovação no mercado que atuamos cumprindo nossa missão e buscando estar sempre a frente no mercado para dar excelência a todas as partes interessadas.   Um pouco mais de 3 anos da NUCLEORAD, crescemos exponencialmente o que a inovação e gestão proporcionam e chegamos no final de 2020, com esperança que os próximos anos serão ainda melhores. Atuamos em diversas áreas da saúde, indústria e pesquisa com uso de radiações ionizantes e não ionizantes, onde a NUCLEORAD tem o maior espectro de serviços em uma só empresa o que proporciona ainda mais benefícios para os clientes e parceiros. Chegamos em 2020 como a ÚNICA do Brasil e em toda América Latina com certificação no sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2015 em:   “Prestação de serviço de transporte de materiais radioativos, remoção e destino final de rejeitos radioativos. Serviços de física médica e de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico, odontológico, veterinário, medicina nuclear, ressonância magnética, ultrassonografia, laboratórios de pesquisa, indústria, segurança e radiofarmácia.”   Temos ainda mais orgulho em destacar que nosso processo de certificação, mesmo contemplando todas estes serviços e áreas citadas, não tivemos nenhuma não conformidade no relatório final da auditoria externa, por muita dedicação e competência a nossa equipe e a melhoria contínua que buscamos ao longe destes mais de 12 meses de adequações, sendo que desde a criação da NUCLEORAD com início da operação em fevereiro de 2017 já tínhamos a cultura da qualidade e participamos do PGQP e todos os processos de qualidade exigidos pelos órgãos regulatórios como VISA, ANVISA, CNEN, IBAMA, ANTT, FEPAM.   Nossa missão é oferecer soluções inovadoras no transporte de materiais radioativos, física médica e proteção radiológica onde atuamos, buscando a excelência com a satisfação do cliente, benefício para sociedade e segurança ao meio ambiente. Conquistamos, mas todos ganharam com esta certificação de qualidade.   Agradecemos todos stakeholders e continuaremos promovendo a melhoria contínua.   Um abraço.    Adriano Oliveira dos Santos Goulart Diretor           

Por Adriano Goulart em 04/12/2020 às 17:11
Indústria, Medicina Nuclear e Transportes
Você sabe a importância do Treinamento de Proteção Radiológica?

A proteção radiológica é um conjunto de medidas cujo objetivo é proteger o homem e seus descendente contra os efeitos maléficos das radiações ionizantes. Para tanto, uma instalação que faz uso dessas radiações para fins comerciais e pesquisa, precisa ter uma estrutura direcionada e com o objetivo de fazer cumprir um plano de proteção radiológica aprovado e consistente. Como também, ter em seu corpo de profissionais, um indivíduo com habilitação de qualificação de supervisor de proteção radiológica emitida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, e que seja formalmente designado pelo responsável legal pela instalação para qual foi concedido, pela CNEN, uma autorização para operação (CNEN NN 3.01) (CNEN NE 3.02) (CNEN NN 7.01). Com a popularização das tecnologias de formação de imagens funcionais de órgão e sistemas usadas na Medicina Nuclear – MN como: a Tomografia por Fóton Único – SPECT e da Tomografia por Emissão de Pósitron – PET, vem crescendo a necessidade de mais profissionais habilitados em proteção radiológica, que para esse caso específico, são os Supervisores de Radioproteção em Radiofarmácia Industrial ou Centralizada. Esses profissionais tem a responsabilidade de promover uma rotina de manipulação segura dos radionuclídeos que são associados às preparações farmacêuticas sem ação farmacológica, mas que possuem afinidade por órgão ou processos fisiopatológicos, conhecidas por radiofármacos. Esse processo de marcação deve ser realizado com segurança, tanto na garantia das Boas Práticas de Fabricação – BPF, quanto da segurança radiológica necessária para garantir níveis seguros estabelecidos pela CNEN. Para que haja uma cultura de segurança efetiva é necessário que o Treinamento de Proteção Radiológica também seja efetivo. Os critérios para obtenção da qualificação da certificação dos Supervisores de Radioproteção são bastantes rigorosos, seja em conhecimentos teóricos seja em conhecimentos práticos, principalmente de emergência radiológica. A exigência do órgão regulador em ter esse profissional atuante nas instalações visa garantir que os treinamentos sejam bem executados e ministrados, caso contrário, podem ocorrer sérios riscos a saúde de quem manipula sem devido treinamento.  Um bom treinamento em Proteção Radiológica deve abordar, no mínimo, os seguintes temas: Física Atômica e Nuclear; Física da Radiações; Proteção Radiológica; Normas aplicadas à Radiofarmácia; Instrumentação Nuclear – Detectores de Radiação; Radiofarmácia Industrial e Centralizada; Boas Práticas de Fabricação; Controle de Qualidade do Radiofármaco; Gerenciamento de Rejeitos Radioativos; Transporte de Materiais Radioativos; Controles e registros CNEN; Rotina e Emergência Radiológica. Texto elaborado por: Fábio de Oliveira Neves Especialista em Proteção Radiológica – IPEMED-BH Mestrando CDTD-CTRA Supervisor em Proteção Radiológica CNEN PR-0003 / AI- 0006 / RF-0020 / IR-0688

Por NUCLEORAD em 27/10/2020 às 11:28