NucleoBlog
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
O papel da física médica no diagnóstico por imagem: avanços e desafios

A Física Médica desempenha um papel central no desenvolvimento, aprimoramento e aplicação de tecnologias de diagnóstico por imagem, como radiografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM), ultrassom e medicina nuclear (PET e SPECT). Esses métodos dependem dos princípios físicos para gerar imagens detalhadas do interior do corpo humano, permitindo diagnósticos mais precisos e tratamentos direcionados. Avanços Tecnológicos Nos últimos anos, os avanços em diagnóstico por imagem têm sido impulsionados por inovações na física aplicada. Alguns dos principais avanços incluem:  Tomografia Computadorizada de Baixa Dose: A melhoria dos algoritmos de reconstrução de imagem tem permitido que a TC produza imagens de alta resolução com doses de radiação significativamente menores, reduzindo o risco de exposição excessiva aos pacientes. Ressonância Magnética Funcional (fMRI): Além de fornecer imagens anatômicas, a RM funcional pode mapear atividades cerebrais, ajudando no estudo de doenças neurológicas e no planejamento de cirurgias complexas. Imagem Molecular: Tecnologias como o PET-CT e o PET-RM combinam as capacidades de imagem funcional e anatômica, permitindo a detecção precoce de doenças, como o câncer, antes que apareçam em exames convencionais. Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado de Máquina: A IA tem sido cada vez mais integrada ao processamento de imagens médicas, melhorando a qualidade das imagens e auxiliando os radiologistas a identificar padrões que podem ser difíceis de detectar a olho nu.  Desafios: Apesar dos avanços, a física médica ainda enfrenta vários desafios:  Equilíbrio entre Qualidade da Imagem e Dose de Radiação: Reduzir a dose de radiação sem comprometer a qualidade da imagem é um desafio constante. Novas técnicas de redução de ruído e aprimoramento da imagem estão sendo desenvolvidas, mas a otimização desse equilíbrio ainda exige mais pesquisa. Interpretação de Imagens e Falsos Positivos: A interpretação de imagens por IA e outras tecnologias avançadas ainda pode levar a erros, como falsos positivos ou negativos. A supervisão humana é crucial, mas a integração entre máquina e especialista é um campo que precisa evoluir. Acessibilidade e Custo: Muitas dessas novas tecnologias, como o PET-RM, são extremamente caras e não estão disponíveis em todos os centros médicos, especialmente em países em desenvolvimento. A física médica deve buscar soluções mais acessíveis sem sacrificar a qualidade. Educação e Capacitação: Com o aumento da complexidade dos sistemas de imagem, a formação de físicos médicos especializados e técnicos qualificados tornou-se ainda mais essencial. É preciso investir em educação continuada para que os profissionais estejam atualizados com as inovações. A física médica continua sendo fundamental para o avanço do diagnóstico por imagem, proporcionando melhorias na precisão diagnóstica e na segurança do paciente. No entanto, os desafios relacionados à dose de radiação, interpretação de dados e acessibilidade exigem constante inovação e desenvolvimento. A colaboração entre físicos, médicos e engenheiros será essencial para enfrentar esses desafios e promover novas conquistas no campo. Texto elaborado por Tiago Langone - Físico supervisor técnico NUCLEORAD Referencias: https://portal.if.usp.br/ifusp/pt-br/evento/intelig%C3%AAncia-artificial-em-f%C3%ADsica-m%C3%A9dica-f%C3%ADsica-para-todos https://blog.nucleorad.com.br/noticia/inteligncia-artificial-na-fsica-medica/444

Por tiago em 11/10/2024 às 10:21
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Novas Tecnologias no Setor de Medicina Nuclear: Avanços e Perspectivas Futuras

A Medicina Nuclear tem se consolidado como um setor essencial na abordagem diagnóstica e terapêutica de diversas patologias, principalmente neoplásicas, cardíacas e neurológicas. O advento de novas tecnologias e inovações técnicas não apenas aprimorou a eficácia dos procedimentos, mas também ampliou as fronteiras do conhecimento sobre o funcionamento fisiológico e patológico do organismo humano. A seguir, exploraremos algumas das principais inovações que estão moldando o futuro da Medicina Nuclear. 1. Avanços em Imagiologia Molecular As tecnologias de imagem molecular, como a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e a Tomografia por Emissão de Fótons Únicos (SPECT), têm evoluído para oferecer imagens de alta resolução com menor exposição à radiação. A combinação da PET com a ressonância magnética (PET-MRI) tem se destacado, proporcionando informações anatômicas e funcionais em um único exame, o que é crucial para o estadiamento e monitoramento de tumores. 2. Desenvolvimento de Radiofármacos Avançados Os radiofármacos têm se tornado cada vez mais específicos, permitindo não apenas a visualização de tumores, mas também a entrega de terapias direcionadas. Novos agentes como o lutécio-177, utilizados na terapia de radionuclídeos, têm demonstrado eficácia em tratar tumores neuroendócrinos, aproveitando o princípio da "molecular bombardment technology", onde partículas radioativas são direcionadas especificamente a células malignas. 3. Integração da Inteligência Artificial A aplicação da Inteligência Artificial (IA) na Medicina Nuclear está emergindo como uma ferramenta crucial para a análise de imagens. Algoritmos de aprendizado profundo são capazes de detectar padrões complexos e sutis em exames que podem passar despercebidos por radiologistas humanos. Essa tecnologia não apenas aumenta a precisão diagnóstica, mas também melhora a eficiência do fluxo de trabalho, reduzindo o tempo de análise. 4. Terapias Personalizadas e Medicina de Precisão A personalização do tratamento tem se tornado um pilar fundamental na Medicina Nuclear, impulsionada pela identificação de biomarcadores específicos. A integração de dados genômicos com informações de imagem permite a escolha de terapias mais direcionadas e eficazes, minimizando efeitos colaterais e aumentando as taxas de sucesso. Essa abordagem é particularmente promissora no tratamento de câncer, onde a heterogeneidade tumoral representa um desafio significativo. 5. Telemedicina e Monitoramento Remoto A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção da telemedicina, e isso inclui a Medicina Nuclear. O monitoramento remoto de pacientes, bem como consultas virtuais, tem se mostrado eficazes, especialmente para aqueles que precisam de acompanhamento contínuo, como pacientes oncológicos. A implementação de plataformas digitais seguras permite um gerenciamento eficiente de dados e uma comunicação fluida entre pacientes e profissionais de saúde. 6. Segurança Radiológica e Proteção do Paciente Com o aumento da utilização de tecnologias nucleares, a segurança radiológica tem ganhado destaque. O desenvolvimento de protocolos avançados de proteção, aliados a tecnologias de monitoramento em tempo real da exposição à radiação, garantem a segurança tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde. A aplicação de técnicas de imageamento de baixa dose é uma tendência crescente, minimizando a exposição sem comprometer a qualidade diagnóstica. 7. Colaboração Multidisciplinar e Educação Continuada A Medicina Nuclear está cada vez mais integrada a outras especialidades, como oncologia, cardiologia e neurologia. Essa colaboração multidisciplinar promove uma abordagem holística no tratamento do paciente. Além disso, a educação continuada e a capacitação profissional são essenciais para garantir que os avanços tecnológicos sejam plenamente compreendidos e aplicados de maneira eficaz no atendimento clínico. As novas tecnologias no setor de Medicina Nuclear representam um avanço significativo na forma como as doenças são diagnosticadas e tratadas. A convergência de técnicas avançadas de imagiologia, a personalização de terapias e a integração da inteligência artificial não apenas otimizam a eficiência clínica, mas também promovem um cuidado mais seguro e eficaz. À medida que a pesquisa e a inovação continuam a progredir, o futuro da Medicina Nuclear parece promissor, com o potencial de transformar radicalmente a prática clínica e os resultados para os pacientes. O desafio agora é garantir que essas tecnologias sejam implementadas de maneira equitativa e acessível, para que todos possam se beneficiar dos avanços no campo.   Texto Elaborado pela Bruna Vitola Lovato - Física NUCLEORAD Especialista em Radiodiagnóstico – UCS   Referências:  National Research Council (US) and Institute of Medicine (US) Committee on State of the Science of Nuclear Medicine. Advancing Nuclear Medicine Through Innovation. Washington (DC): National Academies Press (US); 2023. Summary. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK11477/.  Glaudemans, A.W., Dierckx, R.A., Scheerder, B. et al. The first international network symposium on artificial intelligence and informatics in nuclear medicine: “The bright future of nuclear medicine is illuminated by artificial intelligence”. Eur J Nucl Med Mol Imaging 51, 336–339 (2024). https://doi.org/10.1007/s00259-023-06507-7.  Advances in nuclear medicine technology reduce radiation exposure and shorten scan times. Disponível em: <https://physicsworld.com/a/advances-in-nuclear-medicine-technology-reduce-radiation-exposure-shorten-scan-times/ >. Acesso em: 18 set. 2024.

Por tiago em 02/10/2024 às 16:35
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Testes semanais de controle de qualidade em Ressonância Magnética: da qualidade do diagnóstico até as bases físicas

A ressonância magnética(RM) é um dos métodos mais avançados para obtenção de imagens médicas, com suas primeiras aplicações clínicas no ano de 1977. Sua operação depende de uma combinação de campos magnéticos e pulsos de radiofrequência para gerar imagens detalhadas dos tecidos moles do corpo humano, que têm uma boa proporção de moléculas de H2O, essenciais para o processo de imagem. A precisão e a confiabilidade do exame dependem de uma série de fatores técnicos e operacionais, e, para garantir que os resultados sejam sempre consistentes, é fundamental que o equipamento passe por testes regulares realizados pelos setores da Física Médica. As instruções normativas emitidas pela ANVISA no Brasil, como a Instrução Normativa (IN) 97 de 27 de maio de 2021, especificam uma série de exigências para o controle de qualidade em equipamentos de diagnóstico por imagem, incluindo a ressonância magnética [1]. Esses regulamentos são projetados para assegurar que o equipamento mantenha um desempenho adequado e que a segurança dos pacientes seja sempre uma prioridade.  Os testes semanais mencionados na IN 97 são importantes ara assegurar que o equipamento de ressonância magnética esteja operando dentro dos padrões necessários para garantir a qualidade das imagens e a segurança dos pacientes. Esses testes envolvem a coleta de diversos parâmetros utilizando o software integrado do equipamento, com o auxílio de um phantom. O phantom é um dispositivo que simula as propriedades dos tecidos humanos e permite que técnicos e físicos médicos avaliem como o equipamento responde ao realizar exames em condições controladas. Um dos parâmetros mais importantes é a verificação da uniformidade do campo magnético, que deve ser medida para garantir que o campo magnético esteja distribuído de forma homogênea ao longo do volume de imagem. Qualquer irregularidade pode resultar em distorções ou falhas nas imagens, comprometendo o diagnóstico.  Além da uniformidade do campo magnético, a relação sinal-ruído também é verificada semanalmente. Esse teste é essencial para garantir que as imagens tenham a nitidez necessária para diagnósticos precisos, sem interferências que possam comprometer a qualidade das informações captadas. O phantom, simulando a composição dos tecidos humanos, permite avaliar como o equipamento lida com as variações de densidade e propriedades dos tecidos. O software dedicado analisa esses dados em tempo real, fornecendo uma visão detalhada do desempenho do sistema. A coleta contínua desses parâmetros garante que ajustes preventivos possam ser feitos antes que qualquer falha afete a operação do equipamento, o que demonstra a importância da manutenção preventiva em sistemas de diagnóstico por imagem.  A presença do físico médico é indispensável para a realização desses testes semanais, como também exigido pela IN 97. O físico é responsável por interpretar os resultados dos testes e fazer os ajustes necessários para garantir que o equipamento opere dentro das normas estabelecidas. Ele também assegura que todos os sistemas de segurança, incluindo os alarmes e mecanismos de emergência, estejam em pleno funcionamento, especialmente em ambientes onde o campo magnético forte possa representar riscos. A atuação desse profissional é vital para garantir que os resultados obtidos sejam precisos e que os padrões exigidos pela regulamentação sejam cumpridos. A comparação dos dados coletados pelo phantom com padrões de referência permite ajustes que garantem a eficiência do equipamento e, consequentemente, a eficácia dos exames realizados.  A qualidade da imagem gerada por uma ressonância magnética é de suma importância para a obtenção de um diagnóstico preciso. O ruído pode interferir significativamente na capacidade de visualizar pequenas estruturas ou detalhes sutis que podem ser decisivos para o médico. Um controle rigoroso sobre a qualidade da imagem é, portanto, parte integral das boas práticas em radiologia e ressonância [2]. Isso também inclui a calibração constante dos sistemas e a verificação de que os gradientes de campo magnético estão adequados para cada tipo de exame realizado. A RM, por operar com campos magnéticos poderosos, exige um ambiente seguro, tanto para os pacientes quanto para os operadores. Por isso, os testes semanais também envolvem a verificação dos sistemas de emergência e segurança, como alarmes e controle de acesso à sala de exame, para garantir que todos os procedimentos sejam realizados com a máxima segurança.  Entender a física por trás da ressonância magnética é outro ponto crucial para compreender a necessidade desses cuidados contínuos com o equipamento. A RM funciona pela excitação dos núcleos de hidrogênio presentes no corpo humano por meio de um campo magnético e radiofrequência. Quando esse campo é interrompido, os núcleos emitem sinais que são captados e transformados em imagens. Qualquer variação nos parâmetros físicos que regem esse processo – como a intensidade do campo magnético, a frequência de ressonância ou o tempo de relaxamento dos tecidos – pode alterar a qualidade das imagens e prejudicar a precisão dos diagnósticos [3]. Além disso, como o corpo humano é composto por diferentes tipos de tecidos, cada um com características únicas de relaxamento, a RM consegue diferenciar com clareza entre eles, algo que a torna uma ferramenta indispensável para a medicina moderna.  Seguindo as instruções normativas e mantendo a qualidade das imagens, não apenas asseguramos diagnósticos mais precisos, mas também proporcionamos um ambiente seguro para os pacientes. Cada passo, desde a calibração semanal até o monitoramento de artefatos, faz parte de um sistema robusto que garante a eficácia da ressonância magnética como método de diagnóstico. Dessa forma, o cumprimento dessas normas não é apenas uma exigência regulatória, mas uma prática indispensável para o sucesso no atendimento e para a manutenção da confiança na tecnologia utilizada.    - Texto elaborado pelo estagiário Eduardo Berna – graduando em física médica pela UFCSPA – NUCLEORAD    Referências:  [1] ANVISA, IN Nº 97, de 27 de maio de 2021.  [2] Kuhls-Gilcrist, A., et al. "Quality Control in MRI: Essential Practices and Guidelines." Radiology Today, 2020.  [3] Hornak, J. P. "The Basics of MRI Physics." Rochester Institute of Technology, 2019.  

Por tiago em 02/10/2024 às 16:26
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Quais os testes semanais da tomografia computadorizada e por que fazê-los?

A Instrução Normativa número 93 [1], de maio de 2021, regulamenta o uso do equipamento de tomografia computadorizada no Brasil. Este documento apresenta os testes de controle de qualidade que devem ser realizados no tomógrafo e a periodicidade deles. A maioria dos testes possui uma periodicidade anual. No entanto, existem três testes específicos que devem ser realizados semanalmente: a exatidão do número de CT, a uniformidade do número de CT e o ruído. Estes são testes semanais porque, além de serem simples de executar, são também avaliações que permitem identificar algum problema maior no equipamento a partir da avaliação da imagem. Ou seja, são ferramentas importantes de qualidade de imagem que possibilitam prever o comportamento do tomógrafo. Tanto a exatidão do número de CT, quanto a uniformidade da imagem e o ruído são realizados por meio da análise da imagem gerada de um phantom que a própria fabricante do equipamento de tomografia fornece. Para entendermos bem o que significa cada um dos testes, precisamos introduzir brevemente o conceito de número de CT. Número de CT ou unidades Hounsfield (HU, do inglês Hounsfield Unit) representa uma tradução em escalas de cinza da atenuação tecidual ocorrida a partir da interação do feixe com o tecido. Para isto, a água é utilizada como referência. Ou seja, é uma escala que compara as atenuações dos diferentes tecidos com a atenuação oferecida pela água (equação 1).                (equação 1) Onde μágua  é o coeficiente de atenuação da água e μmaterial  é o coeficiente de atenuação do material. Desta forma, é possível estabelecer o valor da grandeza número de CT levando em consideração os coeficientes de atenuação dos distintos tecidos e da própria água [2]. Uma vez determinado o valor teórico desta grandeza, a comparação com o valor medido permite estabelecer a relação de exatidão: quantos porcentos o valor medido varia em relação ao valor nominal? Diversos materiais podem ser utilizados para avaliar a exatidão do número de CT (e de fato são utilizados nos testes anuais), porém semanalmente a avaliação é feita apenas com dois materiais, que são a água e o ar. A água possui um valor teórico de número de CT igual a 0, pois é o material de referência. O ar, contudo, possui um valor teórico de número de CT igual a -1000, pois é um material menos denso que a água (e que, portanto, atenua bem menos a radiação ionizante). Isso quer dizer que se fizéssemos um teste com algum material mais denso que a água, teríamos um resultado positivo (como seria o caso de um osso, por exemplo, que deve ter um número de CT superior a +100). A IN 93 [1] estabelece os níveis de tolerância de exatidão do número de CT para a água e para o ar. A água pode ter um desvio de ± 5 unidades, enquanto o ar deve variar em ± 10 unidades. Isto é, o tomógrafo estará em conformidade se os resultados da água estiverem dentro do intervalo -5 a 5 e do ar, de -990 a -1010. Os outros testes realizados semanalmente são a uniformidade do número de CT e o ruído. A uniformidade representa a variação que o número de CT medido possui dentro de uma mesma imagem. A figura 1 mostra os locais de medição do número de CT dentro de uma imagem para a avaliação da uniformidade do número de CT e do ruído.   Figura 1: as 5 regiões de interesse (ROIs) demarcadas no centro e nas regiões correspondentes às 12h, 15h, 18h e 21h para a avaliação da uniformidade do número de CT e de ruído.   A IN 93 determina que, para estar em conformidade, a uniformidade não deve apresentar um desvio superior a 5 HU e o ruído não deve estar acima de 15% do valor de referência, que é estabelecido pela própria fabricante do equipamento e do phantom.         Os testes semanais são executados e avaliados pelo físico médico. Porém, também é possível que a equipe de física médica treine a equipe técnica para que execute os testes semanais na tomografia e colete os dados, que serão posteriormente analisados pelos físicos médicos. Aqui na nucleorad, por exemplo, temos clientes que foram treinados por nós e que nos enviam semanalmente os dados obtidos, para que avaliemos e registremos em nosso sistema de gestão, o nucleohelp. Assim, sempre que o cliente precisar, no caso de uma inspeção da Vigilância Sanitária, estes documentos estarão disponíveis para ele.    Texto elaborado por físico Bruno Fabricio de Oliveira Lisboa - NUCLEORAD   Referencias: [1] MINISTÉRIO DA SAÚDE/AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA/DIRETORIA COLEGIADA. Instrução Normativa N° 93, de 27 de Maio De 2021. Disponível em: https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/202107/08070428-in932021tomografiacomputadorizada.pdf. Acesso em: 10 set. 2024. [2] INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Número de CT. Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/med/imagens/node4.htm. Acesso em: 10 set. 2024.    

Por tiago em 18/09/2024 às 13:01
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Entendendo as diferenças entre Radiografia Digital e Convencional

Na área da radiologia, a tecnologia avançou consideravelmente. A transição da radiografia convencional para a radiografia digital é uma das áreas em que isso é mais evidente. Embora ambas sejam usadas para capturar imagens internas do corpo humano, existem diferenças significativas entre elas que impactam diretamente a prática clínica e os resultados dos exames. A radiografia convencional, também conhecida como radiografia analógica, é o método tradicional que utiliza filmes radiográficos para capturar imagens. Nesse processo, o paciente é exposto à radiação, e a imagem é registrada em um filme radiográfico, que então é revelado e interpretado pelo radiologista. Embora tenha sido o padrão ouro por décadas, a radiografia convencional tem algumas limitações, como a necessidade de processamento manual dos filmes e a possibilidade de perda de qualidade de imagem devido a erros técnicos [1] [2].  Por outro lado, a radiografia digital utiliza detectores eletrônicos para capturar imagens, eliminando a necessidade de filmes radiográficos. Os raios X passam através do paciente e são convertidos em sinais elétricos pelos detectores, que são então processados por um computador e exibidos em um monitor como uma imagem digital. Esse processo permite uma visualização mais rápida das imagens, elimina a necessidade de manipulação manual de filmes e oferece a possibilidade de ajustes pós-processamento para melhorar a qualidade da imagem [1] [2].  Então, por que essa diferença importa? Primeiramente, a radiografia digital oferece uma série de benefícios, incluindo uma menor exposição à radiação para os pacientes, imagens de alta qualidade e facilidade de armazenamento e compartilhamento de dados. Além disso, a capacidade de ajustar a exposição e o contraste após a captura da imagem pode levar a diagnósticos mais precisos e eficientes. Por outro lado, a radiografia convencional ainda é amplamente utilizada em muitas configurações devido à sua simplicidade e custo relativamente baixo. Portanto, embora a radiografia digital e a radiografia convencional tenham suas próprias vantagens e desvantagens, a transição para a radiografia digital está se tornando cada vez mais comum devido aos seus benefícios significativos em termos de qualidade de imagem, eficiência e segurança para os pacientes. Entender as diferenças entre esses dois métodos é importante tanto para profissionais de saúde como para os pacientes, pois isso pode afetar diretamente a precisão do diagnóstico e o cuidado prestado.    Texto elaborado pelo estagiário Rafael Borges de Carvalho – graduando em física médica pela UFCSPA – NUCLEORAD.    Referências Bibliográficas:  ALBUQUERQUE, S. de; SANTOS, A. M. S. dos; CAMELO, C. M. A.; SILVA, G. G. da; MAGALHÃES, T. M. S.; ARAÚJO, V. G. P. de.; ANDRADE, M. E. A. A.; Estudo comparativo entre sistemas radiográficos convencionais e digitais: revisão de literatura. Ciências biológicas e da saúde. Recife. v. 2. n. 3. p. 99-110. Jul 2016. Disponível em: <file:///C:/Users/Usuario/Downloads/amchagas,+08.pdf> Acesso em: 9 maio. 2024.  SANTOS, S. S. dos; BARROS, K. O. de O.; SANTOS, T. C. V. dos. Progresso da radiologia: mudanças tecnológicas dos equipamentos de raios Gep News, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 220–227, 2021. Disponível em:<https://www.seer.ufal.br/index.php/gepnews/article/view/12295>. Acesso em: 9 maio. 2024.

Por tiago em 13/09/2024 às 15:31
Gestão em Saúde
A Importância da Educação Contínua de Profissionais da Saúde sobre Práticas de Proteção Radiológica

A educação contínua para profissionais da saúde sobre práticas de proteção radiológica é crucial para garantir a segurança de pacientes e profissionais em ambientes onde a radiação ionizante é utilizada. Aqui estão algumas razões que destacam a importância dessa educação contínua: Redução de Riscos:     - Minimização de Exposição: A formação contínua ensina técnicas atualizadas para reduzir a exposição à radiação, tanto para os pacientes quanto para os profissionais.     - Prevenção de Erros: Com treinamento regular, os profissionais podem evitar erros comuns que podem levar a exposições desnecessárias.   Conformidade com Normas e Regulamentações:     - Atualização de Conhecimentos: As regulamentações e diretrizes de proteção radiológica estão em constante evolução. A educação contínua assegura que os profissionais estejam cientes das últimas normas e práticas recomendadas.     - A RDC 611 determina a capacitações e treinamentos inicial e periódicos, com frequência mínima anual, e que a capacitações e treinamentos teóricos e práticos, baseados em abordagem de riscos, sempre que novos processos, técnicas ou tecnologias forem implementados, ou antes de novas pessoas integrarem os processos.   Proteção do Paciente:     - Justificação e Otimização: A educação contínua enfatiza a necessidade de justificar cada exposição e otimizar as doses de radiação, protegendo os pacientes de doses excessivas e desnecessárias.     - Melhor Comunicação: Profissionais bem treinados podem informar melhor os pacientes sobre os procedimentos, riscos e benefícios, aumentando a confiança e a cooperação dos pacientes.   Segurança do Profissional:     - Uso Correto de Equipamentos de Proteção: O treinamento contínuo assegura que os para profissionais saibam como usar corretamente os equipamentos de proteção individual (EPIs) e as técnicas de blindagem.     - Monitoração de Dose: Ensina a importância da monitoração regular da dose de radiação recebida e como interpretar os resultados para ajustar as práticas de trabalho.   Qualidade do Atendimento:     - Melhoria dos Procedimentos: A formação contínua ajuda a melhorar a qualidade dos procedimentos radiológicos, resultando em diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.     - Redução de Retrabalhos: Com práticas de proteção radiológica adequadas, diminui-se a necessidade de repetir exames devido a erros, economizando tempo e recursos. Cultura de Segurança:     - Criação de Consciência: A educação contínua promove uma cultura de segurança no ambiente de trabalho, onde todos os profissionais entendem a importância da proteção radiológica e trabalham juntos para mantê-la.     - Motivação e Engajamento: Investir em treinamento contínuo motiva os profissionais, mostrando que a instituição valoriza sua segurança e desenvolvimento profissional. Promover e investir na educação contínua para profissionais da saúde em práticas de proteção radiológica não só melhora a segurança e a qualidade do atendimento, mas também reforça uma cultura de responsabilidade e cuidado no ambiente de saúde.   Texto elaborado por Tiago Langone - físico supervisor técnico NUCLEORAD

Por Adriano Goulart em 06/09/2024 às 17:43