NucleoBlog
A Revolução da Inteligência Artificial na Detecção Precoce de Câncer de Mama e Próstata com Ecografia

  A inteligência artificial (IA) tem desempenhado um papel cada vez mais relevante na área da saúde, especialmente em exames de imagem. No campo da ultrassonografia (US), a IA está revolucionando a detecção precoce de cânceres, como os de mama e próstata, ao melhorar a precisão diagnóstica, a eficiência dos processos e a experiência do paciente. Essa tecnologia inovadora tem sido uma aliada poderosa para superar limitações históricas dos exames ultrassonográficos, proporcionando avanços significativos na prática clínica e na física médica.   A ultrassonografia é uma ferramenta essencial na avaliação de lesões mamárias e prostáticas devido à sua ampla disponibilidade, baixo custo e ausência de radiação ionizante. Contudo, a análise das imagens é frequentemente dependente da experiência do operador e suscetível a interpretações subjetivas, o que pode resultar em diagnósticos inconsistentes. A incorporação da IA em equipamentos de ultrassom tem mitigado esses desafios ao utilizar algoritmos avançados que processam e interpretam imagens com alta precisão.   No câncer de mama, a IA aplicada à ecografia tem se destacado em várias frentes. Uma das principais contribuições é a classificação automática de lesões com base no sistema BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System). Os algoritmos analisam características como margens, ecogenicidade e forma das lesões, auxiliando os radiologistas a identificar padrões suspeitos com maior acurácia. Além disso, a IA tem sido eficaz na redução de falsos positivos e negativos, ajudando a minimizar biópsias desnecessárias e aumentando a confiança diagnóstica. Outra aplicação importante é a fusão de dados de ultrassom com outras modalidades de imagem, como mamografias e tomossíntese. Essa abordagem multimodal é especialmente útil para pacientes com mamas densas, onde as limitações do ultrassom convencional podem ser superadas.   No câncer de próstata, a IA também tem transformado os exames ultrassonográficos. A avaliação da próstata por ultrassom com Doppler ou elastografia, por exemplo, é significativamente aprimorada com o uso de IA, que detecta padrões relacionados à vascularização ou rigidez tecidual de forma mais precisa. Além disso, a tecnologia tem facilitado biópsias guiadas por fusão de imagens, combinando ultrassom com ressonância magnética multiparamétrica (mpMRI). Esses avanços possibilitam uma detecção mais precisa de lesões clinicamente significativas, reduzindo o risco de subdiagnóstico e otimizando o planejamento terapêutico.   Grandes fabricantes de equipamentos médicos já incorporaram a IA em seus sistemas de ultrassonografia. Exemplos incluem o LOGIQ E10 da GE Healthcare, o ACUSON Sequoia da Siemens Healthineers e o EPIQ Elite da Philips. Esses dispositivos utilizam algoritmos avançados para melhorar a qualidade das imagens, identificar áreas suspeitas automaticamente e até mesmo fornecer classificações baseadas em sistemas de reporte, como BI-RADS e PI-RADS. Empresas especializadas em software de IA, como a Lunit, também têm desenvolvido ferramentas integradas que potencializam o uso de imagens ultrassonográficas, especialmente em conjunto com dados clínicos.   Embora os benefícios da IA na ultrassonografia sejam amplamente reconhecidos, existem desafios que precisam ser considerados. A dependência de grandes volumes de dados de treinamento de alta qualidade, a necessidade de validação clínica rigorosa e a integração eficiente nos fluxos de trabalho são alguns dos principais pontos de atenção. Além disso, é fundamental lembrar que a IA deve ser usada como uma ferramenta de suporte e não como um substituto para o julgamento clínico, garantindo que a tomada de decisão permaneça nas mãos dos especialistas.   Em suma, a aplicação da IA em equipamentos de ecografia representa um marco no diagnóstico por imagem, com impactos positivos tanto na detecção precoce de câncer de mama quanto de próstata. Ao proporcionar maior precisão, agilidade e personalização nos cuidados, essa tecnologia não apenas beneficia os pacientes, mas também redefine os padrões de prática clínica e pesquisa na área da física médica. O futuro aponta para uma integração ainda maior entre IA e ultrassonografia, com avanços contínuos que prometem transformar a forma como diagnosticamos e tratamos essas doenças.   Texto elaborado por Letícia Fröhlich – Física Médica NUCLEORAD   Referências: [1] Santos MAS, Almeida MCC, Silva LDO, et al. Aplicação da inteligência artificial no diagnóstico e monitoramento do câncer de mama. Brazilian Journal of Health Review. 2023;6(3):1234-1245. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br. Acessado em 8 de janeiro de 2025. [2] Souza FJ, Ribeiro AAC, Martins LMM. Rede neural artificial aplicada ao diagnóstico de câncer de próstata. Jornal Brasileiro de Informática em Saúde. 2022;15(1):56-62. Disponível em: https://jhi.sbis.org.br. Acessado em 8 de janeiro de 2025.

Por Bruna em 15/01/2025 às 16:35
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Tecnologia de Impressão 3D na Medicina: Aplicações e Impactos no Radiodiagnóstico Moderno

  A tecnologia de impressão 3D tem revolucionado a medicina, permitindo a criação de modelos anatômicos precisos que auxiliam no planejamento cirúrgico e na educação médica. Além disso, a fabricação de phantoms personalizados para testes de controle de qualidade em radiodiagnóstico tem aprimorado a precisão dos diagnósticos por imagem. A integração dessa tecnologia com os princípios da Indústria 4.0 tem potencializado sua aplicação na área da saúde, promovendo avanços significativos na personalização de tratamentos e na eficiência dos procedimentos médicos [1].   Estudos recentes demonstram que a impressão 3D permite a produção de phantoms com propriedades radiológicas semelhantes às dos tecidos humanos, o que é essencial para a calibração e validação de equipamentos de imagem médica. Por exemplo, a fabricação de phantoms tumorais realistas tem sido utilizada para validar algoritmos de processamento de imagem, contribuindo para o desenvolvimento de técnicas mais precisas de detecção e diagnóstico [1]. Além disso, a utilização de materiais como o silicone na impressão 3D tem possibilitado a criação de phantoms que mimetizam as propriedades dos tecidos moles em tomografias computadorizadas, oferecendo uma ferramenta valiosa para o treinamento de procedimentos intervencionistas e para a pesquisa em novas modalidades de imagem [2].   A incorporação da impressão 3D na Indústria 4.0 tem facilitado a produção de dispositivos médicos personalizados, como próteses e órteses, adaptados às necessidades específicas de cada paciente. Essa abordagem combina alta tecnologia e sustentabilidade, otimizando os processos de fabricação e reduzindo custos. Além disso, tem permitido uma personalização sem precedentes nos tratamentos, contribuindo para melhores resultados clínicos e maior qualidade de vida dos pacientes [3].   No contexto do radiodiagnóstico, a impressão 3D tem sido fundamental para a produção de phantoms utilizados em testes de controle de qualidade, garantindo a precisão e a confiabilidade dos exames de imagem. A capacidade de reproduzir com exatidão as características anatômicas e densitométricas dos tecidos humanos permite uma avaliação mais rigorosa dos equipamentos e procedimentos radiológicos [4].   Em resumo, a convergência da impressão 3D com os conceitos da Indústria 4.0 tem impulsionado inovações significativas na medicina, especialmente no radiodiagnóstico. A produção de phantoms personalizados e dispositivos médicos sob medida tem aprimorado a precisão dos diagnósticos e a eficácia dos tratamentos, refletindo um futuro promissor para a integração dessas tecnologias na área da saúde [4].   Texto elaborado pelo estagiário Eduardo Berna – graduando em Física Médica pela UFCSPA – NUCLEORAD   Referências: [1] Recent Advances in 3D Printing Technology for Tumor Phantom Creation in Medical Imaging. arXiv. Disponível em: arxiv.org [2] Silicone-Based 3D Printed Models for CT Imaging in Radiological Training. arXiv. Disponível em: arxiv.org [3] Aplicações da Impressão 3D na Área da Saúde: Uma Revisão de Escopo. Revista de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Disponível em: revistaft.com.br [4] Phantoms Impressos em 3D: Novas Fronteiras para Controle de Qualidade em Radiodiagnóstico. Radiologia Brasileira. Disponível em: rb.org.br

Por Bruna em 08/01/2025 às 12:51
Contribuições da Medicina Nuclear no tratamento do Câncer de Próstata resistente a castração

O câncer de próstata resistente à castração (CPRC) é uma forma agressiva da doença que surge quando as células tumorais continuam a crescer mesmo após a supressão da produção de andrógenos. Essa condição representa um desafio terapêutico significativo, especialmente em estágios avançados. A medicina nuclear tem emergido como uma abordagem crucial para o manejo do CPRC, contribuindo tanto no diagnóstico quanto no tratamento. Diagnóstico Avançado com Radiofármacos: A medicina nuclear utiliza radiofármacos para melhorar o estadiamento e o monitoramento do CPRC, permitindo uma caracterização mais precisa da doença. a) PET/CT com PSMA O Prostate-Specific Membrane Antigen (PSMA): O PSMA é uma proteína altamente expressa nas células do câncer de próstata, especialmente em casos resistentes à castração. Radiofármacos como o 68Ga-PSMA ou 18F-PSMA são usados em exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT) para detectar metástases com alta precisão. Benefícios: Identificação de lesões ósseas e de tecidos moles, mesmo em estágios iniciais de disseminação; Mapeamento detalhado da extensão tumoral, ajudando na estratégia terapêutica.   b) Monitoramento da Resposta Terapêutica Os exames de imagem com radiofármacos também permitem avaliar a eficiência das terapias, ajudando a ajustar o tratamento de acordo com a progressão ou regressão do tumor.   Terapias Dirigidas com Radionuclídeos: A medicina nuclear também oferece terapias personalizadas e direcionadas, conhecidas como teranósticas, que combinam diagnóstico e tratamento com base em alvos moleculares. Terapia com Lutécio-177 PSMA (177Lu-PSMA) Mecanismo de Ação: O 177Lu-PSMA é um radiofármaco que emite radiação beta, capaz de destruir células tumorais que expressam PSMA. Ele também permite monitoramento através de imagem. Benefícios: Destruição seletiva das células cancerígenas, com redução de danos aos tecidos saudáveis; Controle eficaz da progressão da doença; Melhora significativa na qualidade de vida e extensão da sobrevida em pacientes com opções limitadas de tratamento. Terapia com Rádio-223 (223Ra) Mecanismo de Ação: O rádio-223 é um radiofármaco que emite partículas alfa, direcionado para metástases ósseas. As partículas alfa têm curto alcance e alta energia, destruindo células tumorais no osso. Benefícios: Redução da dor óssea e prevenção de fraturas patológicas; Melhora na sobrevida global, além de um impacto positivo na qualidade de vida.   Vantagens das Abordagens Teranósticas: As abordagens teranósticas combinam o uso de radiofármacos para diagnóstico e terapia em um único protocolo, o que oferece vantagens importantes: Personalização do Tratamento: O mesmo alvo molecular identificado no diagnóstico é utilizado para o tratamento. Precisão: Redução dos efeitos colaterais devido à seletividade do tratamento. Eficiência: Resultados mais rápidos e precisos tanto na destruição tumoral quanto no monitoramento. Limitações e Desafios Embora a medicina nuclear tenha revolucionado o tratamento do CPRC, alguns desafios permanecem: Acessibilidade: Infraestrutura e disponibilidade de radiofármacos como o 177Lu-PSMA e o 223Ra ainda são limitadas em algumas regiões. Custos Elevados: Os tratamentos podem ser caros, restringindo seu acesso. Efeitos Colaterais: Apesar de seletivos, os radionuclídeos podem causar efeitos colaterais, como fadiga, xerostomia (boca seca) e mielotoxicidade.   Perspectivas Futuras A evolução da medicina nuclear traz esperanças para o tratamento do CPRC: Novos Radiofármacos: Pesquisas estão em andamento para desenvolver ligantes ainda mais eficazes e menos tóxicos. Combinações Terapêuticas: O uso de radiofármacos em combinação com imunoterapia e outras abordagens está sendo explorado. Melhor Acessibilidade: Com avanços na produção de radiofármacos, espera-se que essas terapias se tornem mais acessíveis. A Medicina Nuclear desempenha um papel essencial no manejo do câncer de próstata resistente à castração, oferecendo soluções inovadoras para diagnóstico e tratamento. Com avanços tecnológicos e maior disponibilidade, essas abordagens prometem transformar o prognóstico de pacientes com CPRC, proporcionando maior sobrevida e qualidade de vida.   Texto elaborado por Bruna Lovato – Física Médica NUCLEORAD   Referências: [1] O cenário mundial de radiofármacos emissores de pósitrons para diagnóstico e estadiamento de câncer de próstata em medicina nuclear. Brazilian Journal of Radiation Sciences, Rio de Janeiro, Brazil, v. 8, n. 1, 2020. DOI: 10.15392/bjrs.v8i1.1115. Disponível em: https://www.bjrs.org.br/revista/index.php/REVISTA/article/view/1115. Acesso em: 26 dec. 2024. [2] Helmich, L. P. H., M. A. M. de Arruda, and Marcelo Tatit Sapienza. "PSMA-directed radioligand therapy (PSMA-RLT) with Lutetium-177 (177Lu-PSMA) as a treatment to metastatic resistant prostate cancer: a systematic review." Revista De Medicina 100.4 (2021): 391-402.  

Por Bruna em 02/01/2025 às 09:50
Eventos e Notícias
Unicamp propõe projeto para criação de Centro Avançado de Oncologia especializado em Protonterapia

No dia 04 de novembro de 2024, foi apresentado o projeto do Centro Avançado de Oncologia focado em protonterapia, resultado de uma colaboração entre o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e a Unicamp [1]. A proposta foi discutida com a secretária de Saúde do Estado de São Paulo, Priscilla Perdicaris. O investimento inicial previsto para o projeto é de R$ 300 milhões, e a definição do local para sua instalação ocorrerá nos próximos dias, com a escolha de uma área dentro do campus da Unicamp. Uma das principais vantagens da protonterapia é a sua baixa toxicidade para o corpo do paciente, um aspecto fundamental quando se compara a tecnologia com a radioterapia convencional [2]. Enquanto a radioterapia tradicional utiliza raios X para tratar os tumores, essa radiação afeta não apenas o tumor, mas também os tecidos saudáveis ao redor, o que pode causar efeitos colaterais significativos em órgãos próximos. Por outro lado, a protonterapia utiliza prótons — partículas subatômicas — que, ao serem direcionados ao tumor, depositam toda a sua energia diretamente nele, sem irradiar os tecidos adjacentes. Isso resulta em menos danos aos órgãos saudáveis, oferecendo uma opção de tratamento com menores efeitos colaterais e maior precisão. Essa característica torna a protonterapia uma tecnologia promissora, especialmente para tumores localizados em regiões sensíveis, como perto de órgãos vitais, e para pacientes em estágios mais avançados da doença, onde tratamentos convencionais podem ser arriscados. É por isso que a protonterapia tem se expandido rapidamente em países como Estados Unidos, China e outros centros de excelência no tratamento do câncer. A tecnologia já é usada em grandes centros médicos e hospitais especializados, como o MD Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas, que é um dos maiores e mais renomados centros de tratamento de câncer do mundo, e é frequentemente citado como exemplo de sucesso no uso da protonterapia. Porém, no Brasil, essa tecnologia ainda é limitada. Enquanto isso, a Argentina também está desenvolvendo um projeto para instalar um centro de protonterapia, mas com a gestão da iniciativa privada, o que pode representar uma abordagem diferente em relação ao modelo proposto no Brasil [3]. Nesse contexto, o projeto brasileiro tem o potencial de se destacar pela sua conexão com a academia e o desenvolvimento conjunto com a comunidade científica, o que pode resultar em uma aplicação mais ampla e com foco tanto no tratamento quanto na pesquisa científica. A criação do Centro Avançado de Oncologia é vista como uma maneira de aprofundar a pesquisa científica no Brasil e tornar o país uma referência no uso da protonterapia, particularmente na América Latina. Além disso, o projeto também representa um passo importante para o desenvolvimento de tecnologias nacionais que possam ser aplicadas na área da saúde, impactando positivamente a indústria local e estimulando a educação e o ensino nas universidades. Ao criar esse centro, o Brasil não só teria acesso a um tratamento inovador, mas também poderia exportar conhecimento e tecnologia para outras nações da região. Texto elaborado pelo estagiário Rafael Borges de Carvalho – graduando em Física Médica pela UFCSPA – NUCLEORAD.   Referências: [1] UNICAMP. UNICAMP apresenta projeto para implementação do Centro Avançado de Oncologia para protonterapia. 06 nov. 2024. Disponível em: https://unicamp.br/noticias/2024/11/06/unicamp-inicia-as-discussoes-para-implantacao-do-centro-avancado-de-oncologia-para-proton-terapia/. [2] Sociedade Brasileira de Radioterapia. Radioterapia realizada com prótons recebe aval de especialistas que tratam câncer em centros dos EUA e Europa. Disponível em: https://sbradioterapia.com.br/noticias/radioterapia-realizada-com-protons-recebe-aval-de-especialistas-que-tratam-cancer-em-centros-dos-eua-e-europa/. [3] Governo da Argentina. Começou a instalação do ciclotron do Centro Argentino de Protonterapia (Comenzó la instalación del ciclotrón del Centro Argentino de Protonterapia). 11 jun. 2024. Disponível em: https://www.argentina.gob.ar/noticias/comenzo-la-instalacion-del-ciclotron-del-centro-argentino-de-protonterapia  

Por Bruna em 26/12/2024 às 07:59
Gestão em Saúde
Telemedicina e Física Médica: Integrando Tecnologia para Melhores Cuidados em Saúde

Nos últimos anos, a telemedicina se tornou uma ferramenta cada vez mais relevante na prática clínica, especialmente em decorrência da pandemia de COVID-19. Essa inovação tecnológica transformou a maneira como os cuidados médicos são prestados, permitindo que pacientes e profissionais de saúde interajam à distância. Mas como a física médica se encaixa nesse novo paradigma? Neste texto, exploraremos a interseção entre telemedicina e física médica, destacando a importância dessa parceria para a segurança e eficácia dos atendimentos.   O Papel da Telemedicina na Prática Clínica: A telemedicina permite que os profissionais de saúde ofereçam consultas e monitoramento remoto, usando tecnologia de videoconferência, aplicativos de saúde e dispositivos de monitoração. Essa abordagem não apenas aumenta o acesso a cuidados médicos, mas também é crucial em situações em que o deslocamento é difícil ou arriscado.   Importância da Física Médica na Telemedicina: Apesar das vantagens da telemedicina, a integração da física médica é essencial para assegurar que os serviços prestados sejam seguros e eficazes. Aqui estão algumas áreas em que a física médica desempenha um papel fundamental:  - Calibração de Equipamentos: Muitos exames realizados remotamente, exigem equipamentos que precisam ser calibrados e mantidos por físicos médicos. Isso garante que os resultados sejam precisos e confiáveis.  - Telemonitoramento de Pacientes: Dispositivos de saúde conectados que monitoram constantemente condições como ritmo cardíaco e níveis de glicose estão se tornando comuns. Físicos médicos podem ajudar na otimização desses dispositivos, garantindo que as informações sejam transmitidas de maneira precisa e em tempo real.  - Otimizando Técnicas de Imagem: Em caso de consulta à distância que exija análise de imagens médicas, como tomografias ou ressonâncias magnéticas, a física médica é fundamental para garantir a qualidade e a segurança dessas imagens, promovendo a adequação da dose de radiação e a proteção dos tecidos saudáveis.   Desafios na Implementação da Telemedicina com Foco na Física Médica: Embora a telemedicina ofereça muitas vantagens, há desafios que precisam ser superados: - Segurança e Privacidade: A transferência de dados médicos online deve seguir rigorosas diretrizes de segurança para proteger informações sensíveis. Físicos médicos podem colaborar com equipes de TI para garantir que os sistemas estejam adequadamente protegidos. - Padronização de Protocolos: A falta de protocolos unificados pode criar inconsistências na qualidade do atendimento remoto. A física médica pode ajudar a desenvolver e implementar protocolos padrão para garantir que a telemedicina mantenha a mesma qualidade que os atendimentos presenciais. A combinação da telemedicina com a física médica promete transformar o cenário do atendimento em saúde. À medida que a tecnologia avança, será possível integrar novas inovações, como inteligência artificial e análise, para ajudar na tomada de decisões clínicas. A colaboração entre médicos, físicos médicos e engenheiros será crucial para otimizar essas tecnologias e garantir o melhor cuidado aos pacientes.   Texto elaborado por Tiago Langone – Físico Médico NUCLEORAD   Referências: [1] DE VIANNA TINÉ, João Pedro. Impacto da Tecnologia e Suas Transformações na Área da Saúde. Unirepositório, v. 2, n. 11, p. 1-15, 2024. [2] DA CONCEIÇÃO NUNES, Heloá; et al. Desafios bioéticos do uso da inteligência artificial em hospitais. Revista Bioética, v. 30, n. 1, p. 82-93, 2022. [3] DE OLIVEIRA, Alexsandro Narciso et al. O impacto da inteligência artificial na melhoria do diagnóstico e tratamento de doenças na área da saúde. Revista Tópicos, v. 2, n. 7, p. 1-12, 2024.

Por Bruna em 17/12/2024 às 13:42
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
A Implementação de Inteligência Artificial em Imagens de Ressonância Magnética

A ressonância magnética (RM) é uma das ferramentas de diagnóstico por imagem mais avançadas e essenciais na medicina moderna, conhecida por sua capacidade de fornecer imagens detalhadas e não invasivas de tecidos moles, órgãos e sistemas internos. Nos últimos anos, a implementação de inteligência artificial (IA) na RM tem revolucionado a forma como essas imagens são adquiridas, processadas e analisadas, promovendo avanços significativos na eficiência, qualidade e precisão diagnóstica. A inteligência artificial possibilita a automação e otimização de diversos processos na RM. Um dos principais benefícios é a aceleração do tempo de aquisição de imagens, um aspecto crucial em exames que tradicionalmente podem ser demorados e desconfortáveis para o paciente. Com o uso de algoritmos inteligentes, é possível realizar técnicas de subamostragem que permitem coletar menos dados sem comprometer a qualidade da imagem final, graças à capacidade da IA de reconstruir imagens precisas a partir de informações limitadas. Isso reduz o tempo do exame e melhora a experiência do paciente, além de aumentar a produtividade dos serviços de saúde. Outro avanço significativo proporcionado pela IA é a melhora na qualidade das imagens geradas. Algoritmos especializados podem reduzir ruídos e corrigir artefatos, como distorções causadas por movimentos do paciente durante o exame. Além disso, técnicas de reconstrução baseadas em redes neurais convulsionais permitem gerar imagens de alta resolução, mesmo em situações em que a qualidade inicial dos dados adquiridos é inferior. Isso resulta em diagnósticos mais confiáveis e em menos necessidade de repetir exames. A IA também desempenha um papel crucial na análise automatizada de imagens de RM. Modelos treinados com grandes bases de dados podem identificar padrões sutis que indicam alterações patológicas, como tumores, lesões ou inflamações, muitas vezes em estágios iniciais da doença. Essa capacidade de detecção precoce é especialmente valiosa em condições como câncer, onde o diagnóstico antecipado pode salvar vidas. Além disso, a IA facilita a segmentação de estruturas e anomalias específicas dentro das imagens, oferecendo uma visualização mais detalhada para médicos e ajudando no planejamento de tratamentos. A integração da inteligência artificial também contribui para a personalização do diagnóstico e tratamento. Com base em análises detalhadas de dados, a IA pode auxiliar na criação de protocolos de exame adaptados às características individuais de cada paciente, maximizando a eficácia diagnóstica e minimizando a exposição a potenciais riscos. Embora as vantagens sejam notáveis, a implementação da IA na ressonância magnética também enfrenta desafios. A necessidade de bases de dados diversificadas e bem anotadas para treinar os algoritmos é uma das principais dificuldades. A inteligência artificial está transformando o campo da ressonância magnética, trazendo benefícios que vão desde a redução do tempo de exame até a melhora na precisão dos diagnósticos. Com a combinação de tecnologia avançada e expertise clínica, a IA tem o potencial de elevar os padrões de cuidado em saúde, tornando os exames de RM mais eficientes, acessíveis e personalizados.   Texto elaborado por Letícia Fröhlich - Física Médica NUCLEORAD   Referências: [1] VOLTOLINI, E.; DOSSENA, C.; NANTES FONTOURA TEOFILO, R.; FERREIRA DA SILVA , E.; JORGE BRANDOLIM , M.; HENRIQUE DO PRADO GONÇALVES, G.; GABRIEL MONTEIRO PEREIRA, C.; SANCHES FURLAN , L.; BARBOSA LOPES, A. B.; CONDÉ FERNANDES , E.; PARREIRA MENEGASSI , I. R.; MALACHIAS DE ANDRADE BERGAMO , F.; MACEDO NUNES , I.; BEZERRA CAVALCANTE, J.; BOING VOLTOLINI , C. O Uso da Inteligência Artificial (IA) como mecanismo analisador de imagens de ressonância magnética cardíaca para detectar inflamações e cicatrizes no músculo cardíaco: Uma revisão Sistemática. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences , [S. l.], v. 6, n. 10, p. 664–676, 2024. DOI: 10.36557/2674-8169.2024v6n10p664-676. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/3827. Acesso em: 9 dez. 2024.

Por Bruna em 12/12/2024 às 12:22