NucleoBlog
Gestão em Saúde
A Importância da Educação Contínua de Profissionais da Saúde sobre Práticas de Proteção Radiológica

A educação contínua para profissionais da saúde sobre práticas de proteção radiológica é crucial para garantir a segurança de pacientes e profissionais em ambientes onde a radiação ionizante é utilizada. Aqui estão algumas razões que destacam a importância dessa educação contínua: Redução de Riscos:     - Minimização de Exposição: A formação contínua ensina técnicas atualizadas para reduzir a exposição à radiação, tanto para os pacientes quanto para os profissionais.     - Prevenção de Erros: Com treinamento regular, os profissionais podem evitar erros comuns que podem levar a exposições desnecessárias.   Conformidade com Normas e Regulamentações:     - Atualização de Conhecimentos: As regulamentações e diretrizes de proteção radiológica estão em constante evolução. A educação contínua assegura que os profissionais estejam cientes das últimas normas e práticas recomendadas.     - A RDC 611 determina a capacitações e treinamentos inicial e periódicos, com frequência mínima anual, e que a capacitações e treinamentos teóricos e práticos, baseados em abordagem de riscos, sempre que novos processos, técnicas ou tecnologias forem implementados, ou antes de novas pessoas integrarem os processos.   Proteção do Paciente:     - Justificação e Otimização: A educação contínua enfatiza a necessidade de justificar cada exposição e otimizar as doses de radiação, protegendo os pacientes de doses excessivas e desnecessárias.     - Melhor Comunicação: Profissionais bem treinados podem informar melhor os pacientes sobre os procedimentos, riscos e benefícios, aumentando a confiança e a cooperação dos pacientes.   Segurança do Profissional:     - Uso Correto de Equipamentos de Proteção: O treinamento contínuo assegura que os para profissionais saibam como usar corretamente os equipamentos de proteção individual (EPIs) e as técnicas de blindagem.     - Monitoração de Dose: Ensina a importância da monitoração regular da dose de radiação recebida e como interpretar os resultados para ajustar as práticas de trabalho.   Qualidade do Atendimento:     - Melhoria dos Procedimentos: A formação contínua ajuda a melhorar a qualidade dos procedimentos radiológicos, resultando em diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.     - Redução de Retrabalhos: Com práticas de proteção radiológica adequadas, diminui-se a necessidade de repetir exames devido a erros, economizando tempo e recursos. Cultura de Segurança:     - Criação de Consciência: A educação contínua promove uma cultura de segurança no ambiente de trabalho, onde todos os profissionais entendem a importância da proteção radiológica e trabalham juntos para mantê-la.     - Motivação e Engajamento: Investir em treinamento contínuo motiva os profissionais, mostrando que a instituição valoriza sua segurança e desenvolvimento profissional. Promover e investir na educação contínua para profissionais da saúde em práticas de proteção radiológica não só melhora a segurança e a qualidade do atendimento, mas também reforça uma cultura de responsabilidade e cuidado no ambiente de saúde.   Texto elaborado por Tiago Langone - físico supervisor técnico NUCLEORAD

Por Adriano Goulart em 06/09/2024 às 17:43
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Precauções necessárias em setores da Ressonância Magnética

Os ambientes que abrigam equipamentos de ressonância magnética (RM) exigem cuidados rigorosos devido aos fortes campos magnéticos gerados pelos aparelhos. Esses campos podem representar riscos significativos tanto para a segurança das pessoas quanto para o funcionamento adequado dos equipamentos. Aqui estão alguns cuidados essenciais: Restrição de Acesso  -  Zona de Segurança: Os ambientes de RM são divididos em zonas (geralmente de 1 a 4), com a Zona 4 sendo a sala onde o magneto está localizado. O acesso a essa área deve ser restrita a pessoas autorizadas e treinadas.  - Sinalização Adequada: Deve haver sinalização clara para alertar sobre os perigos dos campos magnéticos e informar sobre as restrições de acesso.   Controle de Materiais Metálicos  -  Proibição de Metais: Objetos metálicos, como chaves, cartões de crédito, ferramentas, e até dispositivos médicos (como marca-passos), podem ser atraídos pelo campo magnético, causando acidentes graves. É fundamental garantir que nenhum item metálico entre na sala de RM.   -Triagem Rigorosa: Pacientes e funcionários devem ser triados para verificar a presença de implantes metálicos ou dispositivos médicos que possam ser afetados pelo campo magnético.   Segurança para Pacientes  -  Avaliação Prévia: Antes do exame, é necessário avaliar o histórico médico do paciente para identificar possíveis contraindicações, como a presença de fragmentos metálicos ou implantes que possam ser afetados pela RM.  - Instruções Claras: Os pacientes devem ser claramente instruídos a remover todos os objetos metálicos e a seguir as orientações de segurança durante o exame.   Proteção de Equipamentos  - Manutenção Regular: Os aparelhos de RM requerem manutenção regular para garantir o funcionamento seguro e eficiente. Isso inclui verificar o sistema de resfriamento e garantir que os campos magnéticos estão dentro dos limites seguros.  - Área de Controle Eletromagnético: Evitar a proximidade de equipamentos eletrônicos sensíveis ao campo magnético que possam ser danificados ou interferir com a operação da RM.   Treinamento de Funcionários - Capacitação: Todos os profissionais que trabalham com RM devem ser treinados sobre os riscos associados e as práticas de segurança. Isso inclui saber como proceder em emergências.  -  Procedimentos de Emergência: Deve haver procedimentos claros para lidar com emergências, incluindo a remoção rápida de um paciente da sala de RM, se necessário.   Gestão de Emergências - Planejamento de Resposta: Ter um plano de emergência específico para eventos como incêndios ou necessidade de evacuação rápida, considerando as particularidades de um ambiente com RM.   Ventilação e Climatização  -  Adequadas Ambiente Controlado: A sala de RM deve ter controle adequado de temperatura e umidade para garantir o funcionamento correto dos equipamentos e o conforto dos pacientes.   Esses cuidados são essenciais para prevenir acidentes e garantir a segurança de todos em ambientes onde se utilizam equipamentos de ressonância magnética.   Texto elaborado por Tiago Langone - físico supervisor técnico NUCLEORAD Referencia: https://cbr.org.br | Segurança na realização de exames de ressonância magnética  

Por tiago em 06/09/2024 às 17:42
Indústria, Medicina Nuclear e Transportes
Níveis de Referência Diagnósticos (DRLs) em Medicina Nuclear

Os Níveis de Referência Diagnósticos (DRLs, do inglês Diagnostic Reference Levels) são uma ferramenta importante para otimizar a proteção radiológica em procedimentos de Medicina Nuclear. Esses níveis representam valores de referência para atividades administradas de radiofármacos, baseados em medições típicas em exames do setor, e são usadas para garantir que as doses administradas aos pacientes sejam mantidas dentro de limites aceitáveis, sem comprometer a qualidade da imagem diagnóstica.   Seus principais objetivos são:   ⁃ Otimização da Proteção Radiológica: Reduzir a exposição dos pacientes à radiação ao mínimo necessário para obter imagens diagnósticas de qualidade adequada;   ⁃ Estabelecimento de Padrões: Fornecer uma base para comparar a prática local com padrões nacionais ou internacionais, ajudando a identificar áreas onde as doses podem ser reduzidas;   ⁃ Monitoramento e Controle: Facilitar a identificação de exames ou práticas que resultam em doses significativamente mais altas do que a média, promovendo a investigação e a correção dessas práticas.   Na Medicina Nuclear, os DRLs são aplicados principalmente na administração de radiofármacos para diagnósticos, como o uso de Tc-99m para cintilografia óssea, Tc-99m sestamibi em perfusão miocárdica, Tc-99m marcado com DTA para cintilografia renal dinâmica e, também, Fluorodesoxiglicose (FDG) em exames de PET-CT. Os DRLs são determinados com base em estudos de grandes amostras populacionais e são revisados periodicamente.   Sua implementação envolve critérios como:   ⁃ Coleta de Dados: Monitoramento contínuo das doses administradas aos pacientes.   ⁃ Comparação com DRLs: Comparação dos dados coletados com os níveis de referência estabelecidos.   ⁃ Ajustes de Prática: Ajustes nas práticas de administração de doses quando necessário, para garantir conformidade com os DRLs.   ⁃ Educação e Treinamento: Formação contínua dos profissionais de saúde sobre a importância dos DRLs e a otimização das doses de radiação.   Através da aplicação prática das DRLs teremos uma redução significativa do risco de efeitos adversos da radiação, mantendo a eficácia diagnóstica, a garantia de que a qualidade da imagem é suficientemente adequada para o diagnóstico sem exposições desnecessárias e a disseminação de práticas padronizadas em diversas instituições de saúde, facilitando comparações e melhorias contínuas.   Texto Elaborado pela Bruna Vitola Lovato - Física NUCLEORAD Especialista em Radiodiagnóstico – UCS     Referências: Seraphim D.M., Fischer A.C.F da S. Definição de Níveis de Referência em Diagnóstico do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Brazil Journal of Radiation. São Paulo, p 1-13, 2020. ISSN: 2319-0612. https://www.iaea.org/resources/rpop/health-professionals/nuclear-medicine/diagnostic-nuclear-medicine/diagnostic-reference-levels-in-medical-imaging

Por tiago em 04/09/2024 às 13:33
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
Controle de Qualidade em Equipamentos de Ultrassonografia

Os testes de controle de qualidade em equipamentos de ultrassom são fundamentais para garantir a precisão e confiabilidade dos diagnósticos médicos. Eles ajudam a verificar se o equipamento está operando dentro dos parâmetros especificados pelo fabricante, assegurando assim que os resultados dos exames sejam precisos e consistentes. Além disso, esses testes são essenciais para detectar problemas técnicos precocemente, o que permite a manutenção preventiva e evita falhas durante os procedimentos clínicos. Portanto, investir em controle de qualidade para equipamentos de ultrassom não apenas melhora a segurança dos pacientes, mas também a eficiência e a eficácia dos serviços de saúde.   No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determina através da RDC 611 e IN 96 os requisitos sanitários para a gestão da qualidade e da segurança nos sistemas de ultrassom diagnóstico e terapêutico. Além disso, estabelece a relação de testes de qualidade a serem realizados pelos serviços de saúde.   Contudo, assim como qualquer outra modalidade do radiodiagnóstico, tal instrução normativa não esclarece a forma de execução para cada uma das avaliações. Dessa forma, cabe ao físico médico e a instituição se munir de outras referências para suprir tal necessidade.   Diante disso, a AAPM (American Association of Physicist in Medicine) elaborou o documento RPT número 065, “Real-time B-mode ultrasound quality control test procedures”. Os principais componentes do cronograma de testes descritos neste documento incluem:    Testes de linha de base: Esses testes estabelecem as configurações de controle do instrumento a serem usadas para testes periódicos de qualidade de imagem e determinam valores de linha de base para cada indicador de qualidade de imagem. Os testes de referência devem ser realizados imediatamente após a instalação, após a manutenção preventiva ou após o serviço por um profissional qualificado. Os valores da linha de base servem como pontos de referência para detectar alterações na qualidade da imagem. Seleção das configurações de controle do instrumento: Um phatom que simula o tecido humano permite o uso de configurações de controle normais durante testes de CQ. As configurações de controle para testes de qualidade de imagem devem ser selecionadas escaneando o simulador como se fosse um paciente e ajustando os controles para produzir a melhor imagem clínica. Configurações como faixa dinâmica, mapa de nível de cinza, nível de potência, nível de ganho e compensação de ganho de tempo devem ser registradas para cada par scanner-transdutor em uso. Determinação dos valores de referência: Os valores de referência são determinados durante os testes de referência e representam o desempenho máximo do instrumento para indicadores específicos de qualidade de imagem. Esses valores são comparados às medições atuais para detectar alterações sutis na qualidade da imagem. Se as medições melhorarem, os valores basais poderão ser ajustados; se os valores do indicador degradarem, o sistema deverá ser reparado. Seleção de níveis de ação: Os níveis de ação devem ser estabelecidos para determinar quando a ação corretiva é necessária com base nos desvios dos valores da linha de base. Esses níveis ajudam a manter a qualidade da imagem e o desempenho do sistema dentro dos limites aceitáveis.    Esses componentes são essenciais para estabelecer um programa abrangente de controle de qualidade para sistemas de ultrassom, garantindo desempenho consistente e confiável ao longo do tempo. Dentre dos tópicos defendidos pelo documento há uma periodicidade indicada para a realização de cada avaliação. Por exemplo, a inspeção física e mecânica deve ser realizada rotineiramente. Os itens básicos a serem verificados incluem a condição física das peças mecânicas. Os manuais do usuário e os físicos/engenheiros de serviço podem fornecer um conjunto completo de itens para verificação e manutenção periódica. Já os testes de verificação rápida são recomendados que sejam realizados com mais frequência para descobrir problemas antes que se tornem relevantes. Tais avaliações podem incluir a uniformidade de imagem, a profundidade de visualização, a precisão de distância vertical e horizontal.  Esses testes de controle de qualidade são projetados para garantir o bom funcionamento e desempenho dos equipamentos de ultrassom, ajudando a manter a qualidade, precisão e confiabilidade da imagem na prática clínica.   Texto elaborado por Carolline Gomes de Oliveira - Física Médica NUCLEORAD  Especialista em Radiodiagnóstico – EBSERH/UFS   Referências:   Instrução Normativa - In N° 96, de 27 de Maio de 2021; Report No. 065 - Real-Time B-Mode Ultrasound Quality Control Test Procedures (1998).    

Por tiago em 04/09/2024 às 13:32
Níveis de referência de diagnóstico (DRL) em radiologia pediátrica

Os Níveis de Referência Diagnóstica (do inglês Diagnostic Reference Levels - DRLs) são uma ferramenta essencial para garantir que as doses de radiação utilizadas em exames médicos sejam seguras e eficazes. Quando se trata de radiologia pediátrica, a atenção aos DRLs é ainda mais crítica, pois as crianças são mais sensíveis à radiação do que os adultos. Vamos explorar como os profissionais de saúde podem aplicar os DRLs em radiologia pediátrica, levando em consideração as particularidades dos pacientes mais jovens.   O que são DRLs?   DRLs são valores estabelecidos como referências para as doses de radiação usadas em exames médicos. Eles não são limites rígidos, mas guias que ajudam os profissionais a ajustar suas práticas para garantir que as doses de radiação sejam as mais baixas possíveis, sem comprometer a qualidade da imagem necessária para o diagnóstico.   Considerando o Tamanho das Crianças   Diferente dos adultos, o tamanho das crianças varia significativamente, não apenas com a idade, mas também dentro da mesma faixa etária. Esta variação requer uma abordagem cuidadosa na definição de DRLs para garantir que as doses de radiação sejam apropriadas para o tamanho específico de cada criança.   Como Agrupar Pacientes   Para facilitar a aplicação dos DRLs, os pacientes pediátricos são geralmente agrupados por peso e, em alguns casos, por idade. Esta abordagem ajuda a definir doses de referência mais precisas. Por exemplo, recém-nascidos são tratados de forma diferente de crianças de 1 ano, e assim por diante. Isso garante que cada grupo de pacientes receba uma dose adequada à sua condição física.   Começando do Zero: O Que Fazer sem Referência Local ou Nacional   Para instalações médicas que não têm referência bem estabelecida para DRLs, especialmente em países com menos recursos, é importante começar medindo as doses de radiação em exames comuns realizados em adultos. A partir daí, esses valores podem ser ajustados e comparados com referências publicadas para práticas similares. Este processo ajuda a identificar áreas onde a dose de radiação pode ser otimizada sem comprometer a qualidade do diagnóstico.   Evitando Armadilhas ao Comparar Dados   Comparar os valores de dose de radiação de sua instalação com DRLs publicados pode ser complicado. Aqui estão algumas armadilhas comuns a serem evitadas:   Diferenças nas Práticas de Imagem: As práticas de radiologia podem variar de um país para outro, o que pode tornar os DRLs de outros locais irrelevantes para sua situação específica. Métodos Diferentes de Medição: Os métodos usados para medir e relatar as doses de radiação podem variar, o que dificulta comparações diretas. Tecnologia Atualizada: Avanços na tecnologia de imagem, como novas técnicas de processamento, podem influenciar os níveis de dose e precisam ser levados em conta.   Importância da Avaliação Contínua   Mesmo que os níveis de dose de radiação estejam abaixo dos DRLs publicados, é crucial revisar continuamente as técnicas de imagem para identificar oportunidades de reduzir ainda mais a dose, sempre garantindo que a qualidade da imagem e o valor diagnóstico não sejam comprometidos.   Conclusão   A aplicação de DRLs em radiologia pediátrica é uma prática essencial para proteger os pacientes mais jovens dos efeitos da radiação, ao mesmo tempo em que se garanta a qualidade necessária para diagnósticos precisos. Entender as particularidades dos pacientes pediátricos e adotar uma abordagem cuidadosa e informada pode fazer uma grande diferença na prática clínica diária.   Texto elaborado por Ester Azeredo - estagiária de física médica da NUCLEORAD.   Referências Diagnostic Reference Levels (DRLs) in paediatric radiology. Disponível em: <https://www.iaea.org/resources/rpop/health-professionals/radiology/diagnostic-reference-levels/diagnostic-reference-levels-in-paediatric-radiology>. Acesso em: 11 jun. 2024.

Por tiago em 04/09/2024 às 13:32
Radiologia Médica Odontológica e Veterinária
A importância do uso de dosímetros individuais de leitura indireta em Centro Cirúrgico e procedimentos Intervencionistas

Os dosímetros de leitura indireta medem a radiação absorvida usando materiais que reagem a essa radiação e precisam de processamento posterior para ler os resultados, esses dosímetros usam cristais que luminescem ou, também sensores que acumulam energia, que posteriormente são lidos com equipamentos especializados. Essa abordagem permite uma medição precisa da exposição à radiação a longo prazo, frequentemente utilizada em ambientes de trabalho que usam equipamentos que emitem radiação, como os centros cirúrgicos. Dessa forma, dosímetros de leitura indireta podem ser classificados em Termoluminescentes (TLD) e de Luminescência Opticamente Estimulada (OSL). O funcionamento dos TLDs baseia-se na termoluminescência, um processo físico no qual certos materiais emitem luz quando aquecidos após terem sido expostos a radiação, sua leitura é realizada através de seu aquecimento a uma temperatura específica, que faz com que os elétrons prisioneiros se movam e recombinem, liberando a energia na forma de luz. Em contrapartida, os dosímetros OSLs funcionam com base no fenômeno da luminescência estimulada opticamente, quando expostos à radiação ionizante durante um período de tempo, a mesma interage com o material do dosímetro, que armazena energia na estrutura cristalina do material. Para medir a dose de radiação, o OSL é colocado em um leitor especializado que utiliza luz visível ou ultravioleta para estimular o material, esse estímulo faz com que os elétrons "prisioneiros" liberem a energia armazenada na forma de luz visível. Independentemente do tipo de dosímetro usado, ambos são de extrema importância para a monitoração da dose de radiação recebida pelo profissional que atua em centro cirúrgico e procedimentos intervencionistas. Os profissionais da saúde que trabalham em centros cirúrgico, especialmente aqueles envolvidos em procedimentos que utilizam radiação, como cirurgias assistidas por imagem e procedimentos intervencionistas estão expostos a radiações ionizantes. O dosímetro tem por objetivo, monitorar a dose de radiação recebida e assegurar que não ultrapasse os limites recomendados pela legislação e normas de segurança, sua utilização é uma exigência regulamentar para garantir que as práticas de radiologia estejam de acordo com as normas de segurança estabelecidas por órgãos reguladores, como a Resolução de Diretoria Colegiada - RDC 611/22 da Anvisa e a Norma NN 3.01 da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que tratam dos requisitos para o controle da exposição ocupacional a radiação nos serviços de saúde. Ambas as normas especificam que, em ambientes onde há exposição a radiações ionizantes (como em centros cirúrgicos onde se utilizam equipamentos de fluoroscopia e Setores de Hemodinâmica, onde são realizados procedimentos intervencionistas), é essencial o uso de dosímetros pessoais para monitorar a dose de radiação recebida pelos trabalhadores. Através do uso dos dosímetros, é possível monitorar e controlar a exposição à radiação em tempo real, dessa forma, permitindo que ajustes sejam feitos na prática clínica, como a utilização de barreiras protetoras ou a modificação das técnicas de imagem, para minimizar a exposição. Manter registros precisos de exposição ajuda a cumprir essas exigências e a demonstrar que as práticas de radioproteção estão sendo seguidas corretamente. Os dados coletados pelos dosímetros ajudam a identificar áreas onde os profissionais podem precisar de mais treinamento em técnicas de proteção ou em práticas adequadas de manejo de radiação. Ao analisar as leituras dos dosímetros, as instituições podem avaliar a eficácia das práticas atuais de proteção radiológica e fazer melhorias conforme necessário. Contribuindo para a otimização das técnicas de radiologia e para a redução de riscos a longo prazo. Texto Elaborado pela Bruna Vitola Lovato - Física NUCLEORAD Especialista em Radiodiagnóstico – UCS   Referências: Leticia L. Campos. Termoluminescencia da materiais e sua aplicação em dosimetria da radiação. Unuversidade Federal de São Carlos, São Paulo, Brazil, 2008. Luana F. Nascimento. dosimetria usando Lumescência Opticamante Estimulada:aplicações, propriedade físicas e caracteristicas de materiais dosimetricos. Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2017. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Norma Nacional 3.01: Requisitos básicos de Proteção Radiológica e Segurança Radiológica de Fontes de Radiação. Rio de Janeiro: CNEN, 2024.  AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução Colegiada RDC nº 611: Estabelece requisitos para o controle de produtos e serviços de saúde. Brasília: ANVISA, 2022.  

Por tiago em 04/09/2024 às 13:31